Prazer e sofrimento dos trabalhadores que atuam em um centro de atenção psicossocial álcool e drogas III

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Kolhs, Marta
Orientador(a): Olschowsky, Agnes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/171008
Resumo: As práticas laborativas no campo de trabalho destinado ao cuidado a usuários de substâncias psicoativas têm evoluído para atender às demandas contemporâneas, numa perspectiva biopsicossocial. Com isso o trabalhador dos serviços psicossociais vem promovendo mudanças na prática do cuidado aos usuários de substâncias psicoativas. Com o olhar voltado para este público – os trabalhadores – elaborou-se esta tese que teve como objetivo geral: analisar o prazer e o sofrimento da equipe de um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III (CAPS AD III), na perspectiva da Psicodinâmica do Trabalho; e objetivos específicos: descrever a organização do trabalho no CAPS AD III; identificar as situações de prazer e sofrimento vivenciados pelos trabalhadores no trabalho; verificar as estratégias de defesas que o trabalhador utiliza para o sofrimento. Realizou-se um estudo de caso apoiado na abordagem descritiva qualitativa, tendo como referencial teórico a Psicodinâmica do Trabalho. O campo de estudo foi um CAPS AD III, localizado em um município da região Sul do Brasil, tendo como participantes 23 trabalhadores. A coleta dos dados ocorreram, por meio de entrevista individual e da observação. A análise deu-se pela Análise de Conteúdo, mediante a qual emergiram três categorias analíticas: prazer; sofrimento e estratégias defensivas do sofrimento. Observou-se que o serviço dispõe de estrutura física adequada as demandas; a equipe é multiprofissional, formada na maioria por mulheres, adulta, com curso superior completo e concursado. A organização dos serviços ocorre através das definições na reunião de equipe. A categoria analítica prazer foi expressa especialmente pela liberdade e autonomia no trabalho, pela atuação social que o serviço possibilita aos trabalhadores e pelo reconhecimento do trabalho. Na categoria analítica sofrimento, destacou-se a frustração do trabalhador oriundo do trabalho prescrito e real, da permanência das práticas biomédicas e do preconceito com os usuários. Para enfrentar o sofrimento os trabalhadores recorrem às estratégias defensivas da “inteligência prática”, destacando-se como exitosa. O conjunto dos achados analisados revela que o prazer e o sofrimento no CAPS AD III vêm exigindo dos trabalhadores uma prática reflexiva sobre este novo modelo de atenção, em que o sofrimento vivenciado pelo trabalhador é ressignificado de forma criativa, transformando em prazer e produzindo reflexos na organização do trabalho, nas relações sociais, no cuidado ao usuário e na saúde do próprio trabalhador.