Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Mattos, Elisangela Carpenedo de |
Orientador(a): |
Merlo, Alvaro Roberto Crespo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/141491
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Resumo: |
O presente trabalho propôs a estudar as articulações entre saúde mental e trabalho, mais especificamente a dinâmica prazer-sofrimento bancário dos trabalhadores que ocupam cargo de gestores intermediários em um banco estatal, localizado no estado do Rio Grande do Sul, em agências diversas, de diferentes cidades. Fundamenta-se na importância de estudar as experiências relacionadas ao prazer e o sofrimento no trabalho, assim como, no significado do trabalho de gestão, além de interessar-se em investigar se gestores com tempos diferentes no cargo percebem de forma diferente o prazer e o sofrimento relacionado ao trabalho. Isto porque temos poucos estudos que visam aprofundar conhecimentos acerca destes gestores intermediários. Nossa pesquisa fundamenta-se nos pressupostos teóricos e metodológicos da Clínica em Psicodinâmica do Trabalho. O método qualitativo foi utilizado, realizando-se entrevistas individuais, semiestruturadas com gestores intermediários. Com relação as fontes de prazer e sofrimento no trabalho destes gestores intermediários, nossos estudos apontaram que as vivências de prazer podem ser relacionadas à satisfação em resolver os problemas dos clientes. No que diz respeito ao sofrimento, este foi relacionado a excessiva cobrança de metas, consideradas inatingíveis, intensificado pela existência de avaliações individuais, e estas, sendo objetivas, desconsideram esforço empregado para realizar uma tarefa, o que causa frustração. O volume de serviço excessivo também é mencionado como causador de desconforto, além do sofrimento ético, que coloca o trabalhador em um dilema moral, ao não saber se atende aos desígnios da empresa ou as necessidades dos clientes. Esses fatores que provocam sofrimento, muitas vezes, podem culminar no adoecimento do trabalhador. Os fatores identificados ora como fontes de sofrimento, ora como fontes de prazer, foram: o reconhecimento, a sensação de estabilidade e a quantofrenia. No que diz respeito as estratégias defensivas utilizadas pelos trabalhadores para manterem-se trabalhando, as possíveis de serem detectadas foram: a negação, a racionalização, repensar a escolha e não realizar a reflexão. Todas elas objetivam proteger a saúde mental do trabalhador contra a descompensação, porém não modificam a organização do trabalho. O eixo significado do trabalho de gestão nos mostrou que, os gestores entrevistados têm vigorosamente interiorizadas as diretrizes da organização, por conta disto, seu trabalho é essencialmente centrado na tarefa. Há casos mais raros, nos quais o sentido do trabalho está ligado aos valores relativos à construção de identidade, reconhecimento e relacionamento interpessoal, além daqueles de dupla racionalidade, entretanto, entendemos que a racionalidade instrumental ainda se sobrepõe. Portanto, não causa espanto o aparecimento de inúmeras vivências relacionadas ao sofrimento no trabalho, visto a satisfação estar mais intimamente relacionada ao caráter subjetivo daquele. Dentre os achados mais relevantes neste estudo, consideramos a relação entre uma maior adesão à cultura do management, com estratégias defensivas mais efetivas, permitindo aos trabalhadores continuar trabalhando. Por outro lado, a baixa adesão a estes novos modelos satura as defesas, ocasionando mais vivências de sofrimento e, mesmo o risco de adoecimento. |