Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Santos, Marta Cristiane Ferreira dos
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Orientador(a): |
Pena, Paulo Gilvane Lopes |
Banca de defesa: |
Lopes, Paulo Gilvane Lopes,
Trindade, Ana Angélica Martins da,
Ganem, Valerie |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho (PPGSAT)
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Departamento: |
Faculdade de Medicina da Bahia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39919
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Resumo: |
Introdução: A pesca artesanal é atividade milenar e no Brasil tem forte participação na economia extrativista desde o período colonial. O trabalho está na representação das sociedades pesqueiras como modo de vida, assim como o meio ambiente é a extensão dos processos sociais e culturais. Cerca de 1 milhão de pescadores e pescadoras artesanais ocupam territórios vulnerabilizados em condições de trabalho e de vida amalgamadas de sofrimentos negligenciados que se maximizam diante das injustiças sociais e ambientais. Objetivo: Este estudo objetiva compreender o fenômeno sofrimento psíquico percebido pelos Pescadores e Marisqueiras da Baía de Todos os Santos e da Baía de Iguape/BA. Método: Pesquisa participante, de abordagem qualitativa à luz da hermenêutica. O arcabouço teórico é delineado pelo diálogo entre as bases conceituais das Ciências Sociais e da Psicodinâmica do Trabalho. A amostra em bola de neve foi composta por 10 entrevistas semiestruturadas a pescadores, marisqueiras e lideranças das comunidadesno no período de dezembro de 2019 a fevereiro de 2021. Realizou-se observações e acompanhamentos aos processos de trabalho sintetizados em diários de campo. Resultados: A pesquisa divide-se em dois artigos. O primeiro intitulado “Sofrimento psíquico em comunidades de pescadores artesanais da Baía de Todos os Santos” revela os sofrimentos percebidos pelos trabalhadores como sensações traduzidas entre o medo, tristeza e angústia. A busca do prazer como estratégia de enfrentamento relaciona-se à preservação da identidade cultural. O segundo artigo denominado de “Trabalho, sofrimento e prazer de pescadoras artesanais em tempos de pandemia da COVID-19”, revela a díade prazer-sofrimento presente na trajetória identitária das mulheres das águas em constante ressignificação dos aspectos subjetivos do trabalho como forma de (re) existir. Conclusão: O estudo expõe o sofrimento psíquico, banalizado pelas políticas públicas e só percebido pelo trabalhador da pesca artesanal quando este já não pode ser transformado em respostas criativas. Expostos a riscos diferenciados à COVID-19, os processos de tensão em que passam os pescadores artesanais em tempo de pandemia dificultam o trabalho coletivo fonte de prazer, assim como de vivenciarem outras fontes de prazer reguladoras na elaboração do sofrimento patogênico em alegrias expressas. Os prazeres chegam com as práticas colaborativas em busca de soluções para a fome e interrupção do ciclo de contaminação. A alteridade domina as ações coletivas cravada na cooperação e reconhecimento entre os pares movidas pela inteligência prática no cotidiano de vida e traballho. |