Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Guzzo, Edson Fernando Müller |
Orientador(a): |
Coitinho, Adriana Simon |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/273206
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Resumo: |
A estreita relação entre processos inflamatórios e crises epilépticas já é conhecida, embora o mecanismo fisiopatológico exato não seja claro. Neste estudo, foi avaliada a capacidade anticonvulsivante de três fármacos anti-inflamatórios: dexametasona, betametasona e piroxicam no modelo animal de crises epilépticas kindling induzidas pelo pentilenotetrazol, um antagonista gabaérgico. Cada fármaco anti-inflamatório foi avaliado de forma isolada gerando três trabalhos independentes. Ratos Wistar machos, com 8-9 semanas de idade, foram tratados, intraperitonealmente (i.p.), com dexametasona (1, 2 ou 4 mg/Kg) ou betametasona (0,125 e 0,250 mg/Kg) ou piroxicam (0,15 e 0,30 mg/Kg) por 14 dias. Dois grupos controle receberam diazepam (2 mg/Kg) ou solução salina (NaCl 0,9 %) pelo mesmo período. Além disso, também receberam pentilenotetrazol (PTZ), em dias alternados. Em todos os tratamentos, realizou-se o teste de campo aberto para avaliação da atividade locomotora e exploratória dos animais. O primeiro estudo investigou o efeito da dexametasona sobre parâmetros de estresse oxidativo e comportamentais. Verificou-se que o tratamento com dexametasona não alterou a capacidade locomotora e exploratória dos animais e não prejudicou a consolidação da memória de curta duração (STM). O tempo de latência para a primeira crise epiléptica foi maior nos grupos que receberam dexametasona, em todas as doses, comparado ao grupo que recebeu solução salina. Em relação aos parâmetros de estresse oxidativo avaliados no hipocampo, constatou-se redução de atividade da enzima catalase (CAT), aumento de atividade da enzima superóxido dismutase (SOD) e aumento dos grupamentos sulfidrilas nos animais que receberam PTZ. Alem disso, ocorreu redução nos níveis de glutationa peroxidase nos animais que receberam dexametasona 1 mg/Kg comparado aos grupos que receberam solução salina e diazepam. O segundo estudo investigou o efeito da betametasona sobre parâmetros inflamatórios e comportamentais. A betametasona não alterou a capacidade locomotora e exploratória dos animais. Alem disso, reduziu a intensidade das crises epilépticas, de acordo com a escala adaptada de Racine. Em relação às citocinas inflamatórias, o tratamento com betametasona reduziu os níveis de Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-α) e Interleucina-1β (IL-1 β) no córtex. Já no hipocampo e no soro, os níveis permaneceram semelhantes entre os grupos testados. O terceiro estudo investigou o efeito do piroxicam sobre parâmetros inflamatórios e comportamentais. Verificou-se que o tratamento com piroxicam não alterou a capacidade locomotora e exploratória dos animais e não prejudicou a consolidação da memória de longa duração (LTM). Também, reduziu a intensidade das crises epilépticas, de acordo com a escala adaptada de Racine. Quanto aos parâmetros inflamatórios, os níveis de IL-6 permaneceram semelhantes entre os grupos, ocorreu aumento do TNF-α no córtex dos animais tratados com piroxicam, em ambas as concentrações, e redução de Interleucina-10 (IL-10) no córtex e no hipocampo. Estes resultados demonstram o efeito anticonvulsivante dos fármacos anti-inflamatórios avaliados, no modelo animal de crises epilépticas kindling induzidas pelo pentilenotetrazol. Não houve prejuízo na capacidade locomotora e exploratória nem na consolidação da memória. Alterações de citocinas ao nível central pode ser a chave do efeito observado, embora novos estudos sejam necessários. |