A gestão do medo como instrumento de coerção nas organizações públicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Cunha, Elenice Gonçalves
Orientador(a): Mazzilli, Claudio Pinho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/11807
Resumo: O estudo investiga a gestão do medo como instrumento de coerção nas organizações públicas, a partir da abordagem dejouriana, que considera a dimensão organizacional e as suas repercussões sobre o equilíbrio psíquico e a saúde mental do trabalhador. Parte-se do pressuposto de que, a partir da Reforma do Estado empreendida no Brasil, cujo modelo apóia-se na adoção do Contrato de Gestão, Política de Demissão Voluntária e privatização de empresas estatais, o medo institui-se como ferramenta de gestão utilizada pela administração como forma de obter-se maior produtividade no trabalho. A problemática parte do pressuposto de que, a partir da reforma , a possibilidade de precarização e perda dos empregos torna-se uma realidade para o funcionário público, trazendo para o seu cotidiano de trabalho o sentimento de medo, o que determina como objetivo central identificar os efeitos da gestão do trabalho por meio do medo na psicodinâmica dos indivíduos a ela submetidos. O que se busca demonstrar são os reflexos da gestão do medo sobre os aspectos psíquicos do trabalhador moderno, que ultrapassa os limites do emprego nos moldes tradicionais e invade o trabalho precário e as incertezas que o caracteriza. A pesquisa foi realizada junto a vinte e três servidores lotados na Companhia Riograndense de Mineração. Os dados foram coletados em entrevistas semiestruturadas. Para a análise de dados, foi utilizada a metodologia da análise de conteúdo, na modalidade de análise temática. Os resultados são apresentados em vinte e uma categorias iniciais, sete categorias intermediárias e quatro categorias finais: a Nova Administração Pública; o medo da demissão; o medo do mercado; e o medo institucional. O estudo demonstra que se institui um modelo híbrido de organização onde modelo burocrático e gerencial coabitam como forma de gestão – a Nova Administração Pública –, definindo-se o contexto sóciohistórico organizacional. Nesse contexto, observa-se a presença do medo em suas três dimensões cíclicas: o medo da demissão, dimensão comportamental ; o medo institucional, dimensão organizacional, e, o medo do mercado, dimensão ambiental, que intermedeiam as relações de trabalho.