Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Lovison, Igor Dalbosco |
Orientador(a): |
Pereira, Alexsandro Pereira de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/289251
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Resumo: |
A comunidade de pesquisa em Educação em Ciências tem, nas últimas décadas, valorizado o diálogo entre os conhecimentos científicos e os saberes de povos indígenas, buscando minimizar os conflitos presentes nas relações em contextos interculturais. Este estudo busca colaborar com a área e investigar essas interações entre os saberes de uma comunidade Mbyá-Guarani e os conhecimentos científicos, com foco nas narrativas sobre o Sol e a Lua no contexto da educação escolar indígena. O objetivo central da pesquisa é analisar como os estudantes Mbyá-Guarani se relacionam com o discurso científico em termos de domínio, apropriação e resistência, considerando as diferenças epistemológicas entre suas cosmologias. A pesquisa busca reconhecer como a comunidade molda sua visão do céu por meio da sua memória cultural e a relação que isso pode acarretar para o Ensino de Ciências na escola indígena. Por meio de oficinas de Astronomia na escola indígena, foram apresentados conceitos científicos sobre esses fenômenos celestes na visão da cultura científica. A partir de uma perspectiva sociocultural, baseada nos trabalhos de James V. Wertsch, a pesquisa evidencia que a comunidade pode dominar os conceitos científicos, mas que tanto as lideranças quando os estudantes tendem a mobilizar diferentes estratégias ao se depararem com o discurso científico. A pesquisa demonstrou que a tensão entre as formas de conhecimento dessa comunidade MbyáGuarani e as formas de conhecimento da cultura científica se reflete no processo de ensino, evidenciando desafios e oportunidades para a educação intercultural. No entanto, o ensino de ciências frequentemente desconsidera essa diversidade de saberes, podendo contribuir para a substituição dos conhecimentos tradicionais pelos da cultura eurocêntrica. Este estudo contribui para a compreensão do Ensino de Ciências em comunidades indígenas ao destacar a mudança do papel da escola, em que buscava “educar” a comunidade, para então apresentar a sua cultura como estrangeira, comparando e relativizando-as. |