A reconfiguração do amor romântico : a participação de mídias digitais no desenvolvimento de relações românticas de porto-alegrenses

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sousa, Ricardo Barbosa Fernandes de
Orientador(a): Primo, Alessandra Teixeira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/224247
Resumo: Em um cenário que a comunicação desponta cada vez mais como peça importante nas relações afetivas, e as mídias participando na construção do social, este estudo tem por objetivo compreender a participação de mídias digitais no desenvolvimento de relacionamentos romântico-amorosos. Para tal, apoio-me no arsenal de padrões comunicativos apontados por Knapp, Vangelist e Caughlin (2014) para evidenciar a aproximação dos envolvidos em três momentos: começo, cruzamento de rotinas e círculos sociais e oficialização. Estruturalmente, o referencial teórico foi organizado ao redor da historização do amor na cultura ocidental a partir da perspectiva da realização sexual e afetiva — valor de fundação e manutenção das relações românticas, e os estudos sobre midiatização, com destaque à abordagem transmidial e diacrônica de Couldry e Hepp (2017) para evidenciar o aprofundamento de diferentes infraestruturas midiáticas no social. A investigação empírica contou com entrevistas aprofundadas semiestruturadas por videochamadas, realizadas com 20 participantes envolvidos em relações romântico-amorosas — selecionados por conveniência por meio de fichas de inscrições prévias. O percurso do estudo confirmou as ênfases de padrões comunicativos como válidas e férteis para investigar a articulação das mídias digitais no desenvolvimento de relações românticas, descortinando a infiltração de seus recursos linguísticos e cognitivos. No começo da relação, atestou-se nos rastros digitais das mídias de redes sociais, comunicação digital e de paquera, meios estratégicos para buscar ou validar informações sobre o outro. A dinâmica propiciada nos segmentos sociais e de comunicação digital facilitou a aproximação com amigos e familiares do/a parceiro/a, bem como a maior rapidez na troca de intimidades afetivas entre os envolvidos no estágio em que as rotinas e círculos sociais se cruzam. Já na oficialização, notou-se um aumento nos modos de exposição da relação e em fazer declarações de amor no âmbito digital. Organizadas em temporalidades diferentes, os agrupamentos dos participantes evidenciam ritos e processos distintos no desenvolvimento das relações românticas, evocando o reconhecimento de diferentes materialidades midiáticas, e, em linhas gerais, descortinam uma apreensão mais acelerada e intensa do amor romântico na atualidade.