Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Christ, Kelly Demo |
Orientador(a): |
Rossini, Miriam de Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/249767
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Resumo: |
Empregadas domésticas fizeram, e ainda fazem parte de narrativas diversas do cinema brasileiro, na maior parte das vezes em papéis secundários e de figuração. Com o objetivo de compreender os lugares sócio-simbólicos desempenhados por elas, selecionamos longasmetragens ficcionais brasileiros em que as personagens aparecessem em papéis secundários, lançados após os anos 2000. O corpus está assim constituído: Cronicamente inviável (Sérgio Bianchi, 2000), A partilha (Daniel Filho 2001), Trabalhar cansa (Juliana Rojas e Marco Dutra, 2011), O som ao redor (Kleber Mendonça Filho, 2012), Casa grande (Fellipe Gamarano Barbosa, 2015), Aquarius (Kleber Mendonça Filho, 2016) e Domingo (Clara Linhart, Fellipe Gamarano Barbosa, 2018). Utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica e análise fílmica (AUMONT, 2009), e como estratégia metodológica, a criação de montagens com as cenas nas quais as personagens aparecem. Para melhor explorar a complexidade do conceito de lugar (AUGÉ, 2012), discutiremos suas conotações físicas (os espaços de circulação das domésticas nas cenas), e suas conotações sócio-simbólicas. Selecionamos os lugares de obediência e desobediência propondo falar sobre as relações de hierarquia e poder entre patrões e empregadas, que ocorrem também através das táticas (CERTEAU, 2014). Discutiremos os lugares de afeto e solidão, os quais permeiam as ambiguidades afetivas (GOLDENSTEIN, 2003), a participação das empregadas domésticas em uma família que não são as suas. Pelo processo de montagem, selecionamos cenas em que esses lugares aparecem, possibilitando conexões com os imaginários (JODELET, 2001; PESAVENTO, 2012) em relação a empregadas domésticas, construídos ao longo da história (RONCADOR, 2008). Nosso problema é, portanto, entender como esses lugares sócio-simbólicos são desempenhados por essas personagens nos filmes que compõem nosso corpus de análise. A relevância desta pesquisa está em discutir uma significativa parcela de trabalhadoras, durante um período de fortes discussões sobre seus direitos, através do cinema, ferramenta de expressão cultural capaz de expor discursos, visões de mundo, valores e identidades. Observamos, por fim, como são diversificadas as formas com as quais as personagens são construídas, ainda que todas elas partilhem de questões de classe e gênero, e a grande maioria de questões de raça. Percebemos que os lugares selecionados são carregados por ambiguidades, fazendo notar as ambivalências, tanto nos filmes, quanto na sociedade brasileira. |