Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Souza, Letícia Jesus Hipólito de |
Orientador(a): |
Matte, Ursula da Silveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/281664
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Resumo: |
A mucopolissacaridose tipo I (MPS I) é uma doença lisossomal causada por mutações no gene IDUA que codifica a proteína alfa-L-iduronidase (IDUA), responsável pela degradação dos glicosaminoglicanos (GAGs) sulfato de dermatano e sulfato de heparano no interior dos lisossomos. A MPS I impacta no funcionamento dos sistemas respiratório, cardíaco, neurológico e em componentes do sistema sensorial como audição e visão. As disfunções articulares surgem na grande maioria dos acometidos com MPS I e geralmente precedem o diagnóstico. O acúmulo de GAGs estimula o recrutamento de células inflamatórias para o interior do ambiente articular, as quais secretam citocinas inflamatórias e contribuem para o enrijecimento e dor. A matriz cartilaginosa densa e avascular da articulação dificulta a penetração de fármacos em seu interior, o que é um desafio para a terapia de reposição enzimática, tratamento convencional atualmente utilizado em pacientes com MPS I. Levando em consideração esse obstáculo, o presente estudo se propôs a desenvolver e avaliar a segurança e eficácia da administração intra-articular de dois plasmídeos - um doador do gene Idua e um plasmídeo codificante da proteína Cas9 - adsorvidos a uma nanoemulsão catiônica carreadora de um anti-inflamatório esteroidal em camundongos modelo de MPS I. Inicialmente, testamos o efeito do tratamento na viabilidade mitocondrial de fibroblastos semelhantes a sinoviócitos extraídos de joelho de camundongos MPS I . O potencial irritante dos complexos nanoemulsionados também foi avaliado em membrana cório-alantoide de ovo de galinha no teste HET-CAM. A formulação não se mostrou citotóxica ou irritante nos testes in vitro. Nos ensaios in vivo, a administração dos complexos pela via intra-articular em camundongos MPS I revelou que animais que receberam o tratamento demonstraram menores níveis de citocinas inflamatórias (IL-6) e tiveram aumento significativo da atividade de IDUA em líquido sinovial. Em suma, o tratamento desenvolvido se mostrou seguro, não gerou inflamação local e apresentou alta retenção no interior da cápsula articular, além de ser eficaz no aumento da atividade da enzima IDUA na cavidade articular de camundongos MPS I após edição gênica in situ. Como perspectivas faz-se necessário avaliar o efeito do tratamento em um maior período pós-administração, além de observar se, de fato, há diminuição do acúmulo de GAGs e melhora nos sintomas osteoarticulares. Ainda assim, o produto desenvolvido possui potencial no tratamento in situ dos sintomas articulares da MPS I. |