Reconstituição paleoambiental e paleoecológica do Triássico do Rio Grande do Sul com base em evidências geoquímicas em dentes de tetrápodes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Queiroz, Leonardo Corecco de
Orientador(a): Schultz, Cesar Leandro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277547
Resumo: Análises isotópicas (C e O) realizadas em dentes (especialmente esmalte) e ossos fósseis são importantes fontes de dados paleoclimáticos e paleoecológicos, uma vez que estes tecidos incorporam os elementos químicos (com seus respectivos isótopos dominantes) presentes na alimentação e nas fontes de água dos organismos ao longo de suas vidas. Ao longo do Triássico, são registrados marcantes câmbios faunísticos e florísticos por toda a Pangea, provavelmente decorrentes de mudanças climáticas. Neste contexto, foram utilizadas amostras de fósseis de vertebrados do Meso-Neotriássico do RS para, através dos dados isotópicos obtidos das mesmas, tentar identificar as condições paleoclimáticas e paleoecológicas reinantes durante aquele intervalo. Mais especificamente, foram coletadas amostras oriundas de duas das quatro Zonas de Associação (ZAs) que ocorrem no pacote sedimentar da Supersequência Santa Maria: ZA de Dinodontosaurus (Mesotriássico) e ZA de Hyperodapedon (Neotriássico), escolhidas em função da maior quantidade de material fóssil disponível e da melhor possibilidade de cronocorrelação com outras unidades sedimentares contemporâneas. Quarenta e uma amostras de tecidos dentários e ósseos, sendo 18 da ZA de Dinodontosaurus e 23 da ZA de Hyperodapedon, foram coletadas e submetidas a uma série de técnicas analíticas, incluindo ATR-FTIR, microdifração de raios x, microscopia eletrônica de varredura e LA-ICP-MS. Os resultados isotópicos deste estudo indicaram que os estratos da ZA de Hyperodapedon (de idade carniana) registram condições de maior umidade (maior precipitação) em relação aos da ZA de Dinodontosaurus (idade ladiniana), corroborando hipóteses prévias que colocam uma marcante mudança climática global no sentido do aumento da umidade, o Episódio Pluvial do Carniano, como responsável pela mudança de fauna e flora que, entre outros indicadores, está marcada pela origem e diversificação inicial dos dinossauros. Além das inferências paleoclimáticas, os dados isotópicos aqui apresentados também fornecem informações a respeito dos modos de termorregulação e dos hábitos alimentares dos organismos das duas biozonas analisadas.