Análise paleoambiental da Formação Teresina, Permiano da Bacia do Paraná (Brasil), e suas implicações paleoclimáticas
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Geociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16550 |
Resumo: | A Formação Teresina, que compõe a porção média do Grupo Passa Dois, Permiano da Bacia do Paraná, possui registros litológicos passíveis de um estudo quimioestratigráfico de detalhe envolvendo técnicas isotópicas que permitem auxiliar a caracterização paleoambiental e climática deste intervalo temporal. Amostras da Formação Teresina foram coletadas de dois testemunhos dos furos de sondagem FP-04-PR e FP-11-PR, do projeto “A Borda Leste da Bacia do Paraná”, para análises de isótopos estáveis de C e O em rochas carbonáticas e siliciclásticas, carbono orgânico total (COT) em folhelhos e para estudo petrográfico. Foi observado, na descrição dos furos de sondagem, que a Formação Teresina é constituída predominantemente por rochas heterolíticas, compostas por arenitos muito finos, intercalados com siltitos e folhelhos, apresentando acamamento wavy, flaser e lenticular, com diferentes níveis de bioturbação. As rochas carbonáticas, que ocorrem intercaladas às rochas heterolíticas, foram analisadas em estudo petrográfico, sendo caracterizadas quatro microfácies: microbiais, incluindo estromatólitos colunares, dômicos, planos e trombólitos, floaststone intraclástico, wackestone bioclástico e grainstone oolítico. Em relação à história diagenética destas rochas, foi observado que ela engloba processos que ocorreram durante a eodiagênese, mesodiagênese e telodiagênese. No furo de sondagem FP-04-PR, as razões isotópicas em rocha total de C e O (δ13C, δ18O) foram obtidas a partir de 24 amostras de rochas carbonáticas e heterolíticas. No furo de sondagem FP-11-PR, as análises isotópicas foram realizadas em 62 amostras de rochas carbonáticas e heterolíticas. Com base nos valores obtidos de δ13C e δ18O nas amostras, foram definidos diferentes intervalos quimioestratigráficos. Em ambos os furos foram observadas excursões negativas nos valores de δ 13C no intervalo B, alcançando no furo FP-04-PR o valor de -4,51‰ (62,6 metros), e no furo FP-11-PR, -9,02‰ (181,3 metros). Em relação à curva isotópica de δ18O, foi observado que os valores são negativos durante o evento e vão se tornando menos negativos para o topo da seção, o que poderia indicar que os carbonatos teriam sido precipitados em um ambiente com maior salinidade. Para avaliar a influência da diagênese, foram plotados os gráficos δ18O versus δ13C dos três intervalos quimioestratigráficos. Foi visto que os dados isotópicos do furo FP-11-PR teriam sido mais afetados durante a diagênese. As excursões negativas em δ13C registradas nestes furos podem estar relacionadas ao evento de extinção em massa do Mesocapitaniano, e indicariam o aumento de 12C na água, devido a uma severa redução da produtividade primária, resultante da mudança climática, possivelmente relacionado às erupções vulcânicas. A correlação ao evento seria suportada pelos estudos bioestratigráficos prévios e datações radiométricas recentes realizadas na Formação Teresina. |