Variabilidade paleoclimática do sistema de Monção Sul-Americano no Centro-Leste do Brasil durante os anos de 1255-2016 (CE) a partir de registros em estalagmites e troncos de árvores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Buarque, Plácido Fabrício Silva Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44142/tde-03082020-102212/
Resumo: O período pré-industrial é considerado chave para reconstituição paleoclimática, portanto, ideal para o estudo de forçantes externas e internas nas mudanças climáticas naturais do clima que antecedeu o aumento da emissão antropogênica de gases do efeito estufa após o período industrial. Além disso, também corresponde a um período de ocorrência de significantes anomalias climáticas como a Pequena Idade do Gelo ainda não foi bem caracterizada na região tropical da América do Sul. Apesar dos avanços dos estudos paleoclimáticos com espeleotemas, ainda existem poucos registros de alta resolução que permita discutir a variabilidade inter-anual na distribuição de chuvas associadas com o regime da monção da América do Sul. Este estudo faz uma reconstituição paleoclimática de resolução anual a sazonal da região norte de Minas Gerais durante os anos de 1255-2016 (CE), a partir de mais de variação de diferentes tipos de indicadores como: espessura de camada, taxa de crescimento, escala de cinza, níveis de lama, concentrações de elementos traço, razões isotópicas (\'delta\'\' POT.18O\' e \'delta\'\'POT.13C\') e elementares de Mg/Ca, Sr/Ca e Ba/Ca). Para isto foram utilizadas estalagmites da gruta ventilada da Onça, localizada no vale do Rio Peruaçu, além do registro isotópico da estalagmite ANJOS2 da gruta Lapa dos Anjos, Januária-MG. As estalagm ites da ONÇA foram coletadas em galerias e salões abertos, estando sujeito a fortes variações sazonais de temperatura e umidade, que segue o clima do ambiente externo. Os dados hidrogeoquímicos e do crescimento dos espeleotemas da gruta da Onça estão associados ao regime hidrológico e condições de evaporação dentro da caverna, assim como na caverna Anjos. No entanto, foi constatado um significante déficit na recarga hídrica durante as duas últimas décadas, em resposta ao aumento da evaporação induzido pelo aquecimento na região, o qual se encontra acima da média global. O preciso controle cronológico estabelecido com a contagem de laminações anuais das estalagmites da gruta da Onça permitiu identificar a recorrência de eventos extremos de precipitação relacionados com níveis de maior deposição de material detrítico nas estalagmites, assim como pelas datações radiocarbônicas de troncos fósseis depositados em grandes enchentes no sistema de cavernas.