Construção, eficácia e validação de um dispositivo detector de crises epilépticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Conceição, Eduardo Leal
Orientador(a): Bianchin, Marino Muxfeldt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255158
Resumo: Base teórica: A epilepsia é uma patologia caracterizada pela predisposição do cérebro em produzir descargas elétricas (denominadas crises) recorrentes e disfuncionais, que podem ser causadas por distintas etiologias. Essa condição traz ao doente um importante impacto na qualidade de vida e autonomia: o sentimento recorrente de ansiedade antecipatória e imprevisibilidade das crises. Nesse contexto, no momento do episódio, acidentes como queda, traumatismo cranioencefálico, queimaduras, fraturas, luxações, afogamentos, status epilepticus e até mesmo morte inesperada súbita em epilepsia - SUDEP - podem ocorrer, precisando, o doente, ficar sob a supervisão integral de um cuidador. Assim, buscando uma maior independência e segurança do paciente, foram desenvolvidos alguns dispositivos vestíveis que detectam a crise e informam imediatamente o cuidador, já comercializados em países da Europa e Estados Unidos. Porém essas tecnologias ainda exigem um alto custo econômico, tornam-se impossíveis de serem adquiridas em países pobres ou em desenvolvimento, como o Brasil, em que vivem a maior parte dos indivíduos com a doença (cerca de 75%). Objetivo: Esta pesquisa tem como objetivo criar e validar um dispositivo de detecção de crises epilépticas usando um algoritmo de acelerômetro. Métodos: Estudo transversal prospectivo. Um wearable foi desenvolvido a partir de um algoritmo de acelerômetro para identificar crises epilépticas. Para tanto, pacientes de um centro de cirurgia de epilepsia, portadores da forma refratária da doença, utilizaram o aparelho durante o exame de Vídeo Eletroencefalograma Contínuo (v- EEG). Com métodos estatísticos específicos, os resultados do v-EEG foram comparados com o dispositivo e a eficácia do wearable foi verificada calculando a sensibilidade (Sens) e a taxa de falsos alarmes (FAR). Resultados: Foram incluídos 34 participantes e realizadas 759 horas de monitorização. A média de idade dos pacientes foi de 34,4±11 anos, 52,9% eram do sexo feminino, 55,9% apresentavam crises focais, faziam uso médio de 3,2±1,5 anticonvulsivantes. O v-EEG registrou um total de 41 crises convulsivas. O dispositivo foi capaz de identificar 32 desses episódios. A Sens do dispositivo foi de 78% e a FAR foi de 0,19 episódios ao dia. Conclusão: O wearable mostrou-se eficaz na identificação de crises epilépticas em pacientes que apresentavam manifestações motoras nos membros superiores, apresentando satisfatória sensibilidade e baixa taxa de falsos alarmes. Ressalta-se que todos os participantes observados estavam em repouso durante o exame v-EEG. Assim, o dispositivo mostra-se útil e promissor para ser utilizado, por exemplo, em indivíduos durante o período de sono.