Por uma escrita que não traduza : as operações de leitura na escrita da clínica e no trabalho analítico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Guarnieri, Leonardo Veiga
Orientador(a): Medeiros, Roberto Henrique Amorim de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/215339
Resumo: Essa pesquisa se insere no campo das relações entre teoria psicanalítica e escrita, tendo como foco a escrita do analista a partir de suas experiências na clínica. Considerando as exigências da experiência de sustentação de uma escuta e dos laços transferenciais necessários ao trabalho analítico, a proposta deste estudo envolve uma consideração da prática de escrita como propiciando ao analista um meio de lidar com o que resta consigo de sua clínica. Fazendo uso da teoria de Jean Allouch acerca da leitura e propondo-se a uma revisão do conceito de letra na obra de Lacan, este estudo coloca-se uma pergunta acerca da possibilidade de pensarmos em um efeito clínico que se daria pela escrita. Para tanto, fez-se necessária uma interrogação das relações entre leitura e escrita, bem como a retomada das três operações nas quais Allouch decompõe esses processos: a transcrição, a tradução e a transliteração. Foi, então, possível a proposição de uma concepção de escrita, baseada em um referencial psicanalítico, que se oriente pela lógica da transliteração e do deciframento, tendo múltiplos resultados, como o apagamento de sentidos imaginários que se apresentam como cristalizados, bem como a abertura de um espaço onde seja possível, ao sujeito, um desligamento para com certas marcas e traços que se impõem a ele em seu processo constitutivo. O efeito clínico engendrado por essa escrita, então, estaria precisamente na capacidade da realização de uma leitura que permita a rasura de um texto que não cessa de se escrever, e na criação de um intervalo para que algo outro venha a surgir em seu lugar.