Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Jéssica Nunes da |
Orientador(a): |
Schuch, Patrice |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/266765
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Resumo: |
Este trabalho tem por objetivo compreender de que maneiras os processos de escolarização formal de crianças e jovens com deficiência foram (ou não) realizados ao longo da pandemia da Covid-19. Seu enfoque é a dimensão do "ensino remoto" e do "ensino híbrido", adotados e desenvolvidos pelas redes públicas de ensino básico em Porto Alegre/RS e região metropolitana. No primeiro capítulo é realizada uma discussão teórica em torno da crítica ao conceito de inclusão. Tal discussão articula-se a reflexões advindas dos Estudos da Deficiência, objetivando pensar a inclusão e escolarização formal sob o capital. No segundo capítulo são abordadas as diferentes implicações da suspensão e reconfiguração da presencialidade no contexto da pandemia. Parte-se da característica "remota" assumida enquanto demanda tanto para o desenho teórico-metodológico da pesquisa, quanto como característica das relações de ensino e aprendizagem alocadas sob escopo da inclusão durante o perfodo. Amparada por uma etnografia online das práticas e discursos mobilizados em torno da noção inclusão, estes debates são mapeados e lidos de modo concomitante às disputas em torno da reformulação da Política Nacional de Educação Especial (PNEE) por meio do Decreto nº 10.502/2020. No terceiro capítulo são abordadas as narrativas de familiares de/e estudantes com deficiência, professoras e profissionais do Atendimento Educacional Especializado (AEE) acerca de suas experiências e trajetos em educação durante a pandemia. Emergem elementos em comum: a sobrecarga de trabalho de mães e professoras; a ausência de orientações e/ou de aporte material para viabilizar as dinâmicas do "ensino remoto"; as dificuldades de acesso e problemáticas em torno da adaptação das atividades de ensino, culminando na escassa e variável participação dos estudantes com deficiência. Ao final, são notabilizados os impactos da precarização do ensino e das demais condições de vida, intensificadas durante a pandemia. Ainda mais distanciados da escola, a realidade dos estudantes PCD's sob o "ensino remoto" evidencia em maior nível de complexidade o modo pelo qual o aprofundamento das desigualdades, da exclusão e do desamparo fez-se presente para crianças e jovens oriundos de classe popular e matriculados em escolas públicas, com ou sem deficiência. Conclui-se pela necessidade e pela urgência em se (re)pensar a educação pública a partir da deficiência: aleijar a escola, a academia - e por fim, a antropologia. |