O ensino de arte nos Institutos Federais : mapeamento de resistências na Educação Profissional e Tecnológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Amaral, Carla Giane Fonseca do
Orientador(a): Loponte, Luciana Gruppelli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/235591
Resumo: Essa pesquisa inscreve-se no campo das problematizações sobre educação profissional, com ênfase na relação entre o ensino de arte e a educação desenvolvida nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. O objetivo geral desta investigação é compreender como determinadas práticas de ensino de arte – sejam elas de Teatro, Música, Dança ou Artes Visuais – podem ser consideradas formas de resistência, que problematizam a educação integrada no contexto neoliberal. O uso do conceito de resistência nesta tese tem seu fundamento na forma como Michel Foucault operou com ele em suas pesquisas, sendo entendido como: resistência relacionada à vida ou manter-se; resistência relacionada ao poder ou multiplicar-se e resistência relacionada à subjetivação ou criar-se. Para colocar em suspensão a dicotomia entre uma formação para as humanidades e outra para o mundo do trabalho na educação profissional, parto de quatro materialidades de pesquisa. São elas: Mapeamento de docentes e cursos da área da arte e do Eixo Produção Cultural e Design nos IFs; Coleção de memórias, textos sobre as vivências que tive tanto como aluna do ensino de arte em uma escola técnica e como professora de Artes Visuais na Rede Federal de EPT; Série de Experiências Possíveis Post’its de Vestir, resultado de uma criação poética pessoal, a partir do entendimento da arte como forma de pensar sobre o mundo e Pesquisa de Campo, visitas realizadas a alguns campus de IFs para compreender como o ensino de arte que ocorre nessas instituições pode ser considerado forma de resistência. Também faço uma análise de como as políticas neoliberais para a educação, representadas aqui pela Reforma do Ensino Médio, Base Nacional Comum Curricular e Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica, podem trazer impacto para o ensino das diferentes linguagens artísticas na Rede Federal. Articulo essa análise, o construto teórico foucaultiano sobre resistência e as materialidades da pesquisa com base na bricolagem tomada como atitude metodológica, que possibilita arranjos diversos entre os dados até o desenho de uma resposta possível para a questão inicial. Assim, sintetizo entre macro e micro resistências as formas de resistência que vislumbrei como reações possíveis às forças que visam cercear as possibilidades da arte e das humanidades na EPT, sendo elas: resistência institucional; resistência pela educação integrada; resistência pela organização política docente; resistência como ocupação e resistência e subjetivação, e relaciono cada uma a manter-se, multiplicar-se e criar-se. Por fim, faço reflexões sobre o ensino de arte nos IFs entendido como não conformidade e sobre a potência dessa não conformidade para que a arte seja uma forma de resistência na Educação Profissional e Tecnológica que possibilita ações ético, estéticas e políticas de enfrentamento aos ataques que a educação pública brasileira vem sofrendo nos últimos anos.