Ensaio sobre economia política : votação sequencial, alianças partidárias e disciplina partidária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oscar, Ricardo Barbosa Lima Mendes
Orientador(a): Griebeler, Marcelo de Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/245287
Resumo: Esta tese apresenta três ensaios sobre economia política. Cada ensaio aborda um tema diferente neste contexto. O primeiro ensaio constrói um modelo de votação sequencial na qual os votantes possuem ideologia (opinião a priori sobre o assunto a ser votado) e desejam votar na opção vencedora. Nossa estrutura pode ser aplicada para avaliar os desafios de um organizador (agenda setter, como o presidente da Câmara dos Deputados) ao decidir a ordem em que os legisladores votarão em uma agenda de grande comoção social (impeachment, por exemplo). Contribuímos para a literatura de votações sequenciais ao incluir, simultaneamente, ideologia (informação privada) e preferência pelo lado vencedor, cujo benefício é incerto. Os resultados analíticos e de simulação mostram que, em geral, o arranjo de maior probabilidade de vitória “Sim” é aquele em que o votante mais propenso ao voto “Sim” ocupa a primeira posição na votação, seguido do menos propenso e finalizado pelo jogador com propensão mediana. Nosso modelo ajuda a lançar luz no debate sobre a ordem de votação do impeachment de Dilma Roussef na Câmara dos Deputados, dirigido pelo então presidente da casa, Eduardo Cunha. O segundo ensaio desenvolve uma teoria sobre alianças eleitorais, assumindo que os partidos maiores (cabeça de chapa) são office seekers (ou pragmáticos, desejando a vitória na eleição). A ideologia (plataforma políticas anunciadas durante a campanha e implementadas em caso de vitória), por sua vez, afeta seu payoff indiretamente, através da perda de base eleitoral. Contribuímos com a escassa literatura teórica sobre o assunto ao permitir que, ao disputar o apoio de um partido menor, os maiores ofereçam tanto transferências (cargos, recursos monetários, prestígio, etc) quanto aproximação ideológica via plataforma política. Os equilíbrios encontrados em nosso modelo nos mostram que partidos cujos eleitores são “mais ideológicos”, em geral, ofertam relativamente mais transferências ao partido menor, como um resultado da sua menor aproximção política. Os resultados ajudam a entender o padrão de alianças políticas de alguns dos maiores partidos políticos brasileiros, bem como lança luz em uma das potenciais razões de um dos maiores escândalos de corrupção recentes. O terceiro ensaio apresenta um modelo microfundamentado de disciplina partidária, no qual estudamos sob quais condições partidos políticos têm maior sucesso em fazer com que seus membros sigam a orientação de voto do líder. Por meio de um jogo dinâmico de informação completa e imperfeita, no qual os políticos buscam maximizar (exclusivamente) sua chance de reeleição e partidos desejam maximizar o número de deputados reeleitos, com uma preferência para aqueles disciplinados, mostramos que, em geral, existe maior chance de equilíbrios com disciplina quando: (i) disciplina partidária tiver um peso grande no payoff do partido; (ii) a popularidade do projeto a ser votado for baixa; e (iii) a importância do cargo a ser alocado a um dos deputados é pequena. Além disso, o carisma dos deputados possui um papel fundamental no nível de controle que grupos políticos possuem sobre seus membros. Nossos resultados fornecem microfundamentos para muitos das evidências empíricas encontradas na literatura.