Vidas de mulheres infames : biografemas e escrita de outras histórias em políticas públicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bierhals, Raquel Rodrigues
Orientador(a): Costa, Luciano Bedin da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/204274
Resumo: Esta dissertação de mestrado parte de escutas e vivências de uma psicóloga junto à rede da assistência social de um munícipio do interior do Rio Grande do Sul – RS. Parte-se do desejo de tecer histórias com mulheres que vivenciam os serviços desta rede, pensando suas escritas com contornos éticos-estéticos-políticos que uma vida pede. Fazendo uso de Michel Foucault, toma-se a vida destas mulheres a partir da noção de infâmia. Trata-se de vidas silenciosas ou gritantes, de mulheres que ocupam o território da invisibilidade, tornando-se por vezes aquelas de quem se fala mal, criando-se uma espécie de fama chamuscada ou di/famação, por pequenas faltas desenhadas no cotidiano dos serviços e da rua. Para tanto, retomamos o trabalho de Walter Benjamin sobre os cacos da história, enquanto restos que não compõe a grande narrativa épica da humanidade e, justamente por isso, traz em si o sujeito moderno apagado, invisível. A noção de biografema é aqui sustentada como superfície possível para que tais vidas e afetos possam se fazer presentes, no encontro entre a trabalhadora psi e as vozes/corpos destas mulheres. Olhamos para o escuro do nosso tempo, tal qual proposto por Agamben, e vemos outras infâmias, das histórias silenciadas e jogadas para debaixo do tapete. Mesclam-se relatos das nossas vergonhas íntimas e públicas que, por não terem lugar nos discursos correntes, tendem a se repetir. Em “Das histórias que se contam” apresenta-se narrativas marcadas por traços de infâmia: Jandira, Gládis, Regina, Gema, Rosangela, Cinara. Em Das histórias que não se contam: Carol, Teresa e Raquel, onde o lugar de pesquisadora-trabalhadora é problematizado, concluindo que só estaria à altura de escrever essas histórias se ela mesma pudesse pensar os elementos de sua própria infâmia.