Poéticas insurgentes : o desligamento institucional por maioridade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cappellari, Amanda
Orientador(a): Cruz, Lilian Rodrigues da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/205354
Resumo: Vagalumes: pequenos seres que, para sobreviver, se fazem ver no escuro. Este trabalho versa sobre o processo de desligamento institucional por maioridade de jovens que residem em serviços de acolhimento. Toma-se a metáfora dos vagalumes como disparador da discussão, compreendendo que as e os jovens que compõe o campo desta pesquisa participam e produzem políticas de visibilidades: os modos como são vistos e como se fazem ver nos escuros contemporâneos. Objetivou-se investigar como acontecem os encontros e desencontros entre políticas públicas e jovens acolhidas e acolhidos. Para tanto, realizaram-se encontros com aqueles que passaram pelo desligamento institucional e com os que serão desligados em breve, além de encontros pontuais com educadores sociais e profissionais que atuam no campo do acolhimento/desligamento institucional. Para mostrar as saídas das instituições, apostou-se na escrita de biografemas, utilizando-se de pequenos acontecimentos de vida como inspiração para as narrativas. A escolha biografemática constitui-se enquanto preocupação ética sobre como contar a vida de outras e outros. Nesse sentido, além de ocupar-se de acontecimentos da vida, a escrita também foi produzida através de fragmentos da memória, do encontro com personagens da literatura e de reportagens sobre o assunto. O encontro com jovens, trabalhadoras e trabalhadores foi inspiração e contágio para a escrita, possibilitando sua posterior discussão. Os resultados da pesquisa apontam para a ativa produção de abandono por parte do Estado, permitindo que jovens que vivenciam situações de acolhimento institucional fiquem expostos ao perigo no momento do desligamento por maioridade. Verificou-se, ainda, que o Estado pode maximizar a precariedade de algumas vidas, especialmente aquelas marcadas por características de raça, gênero e classe culturalmente marginalizados. Contudo, é também o encontro com as políticas públicas que garante melhores condições de vida para alguns, facilitando o acesso à universidade e ao mercado de trabalho. Diante da produção de morte, parte dos jovens insurgem e se fazem ver através de estratégias inventadas para sobreviver, apesar de tudo.