Erguer a voz, escreviver e cartagrafar : memórias de uma mulher negra e lésbica na pós-graduação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gomes, Roberta da Silva
Orientador(a): Rodrigues, Luciana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276510
Resumo: Essa dissertação foi escrita em cartas-manifesto que testemunham e documentam – cartagrafam (Battistelli; Oliveira, 2021) - parte do meu percurso enquanto mulher negra de pele clara, filha de um casal interracial, cisgênera, lésbica e do àse, a partir do que a vivência na pós-graduação em Piscologia Social e Institucional na Universidade Federal do Rio Grande do Sul mobilizou em meu corpo. Meu objetivo foi utilizar as minhas vivências em ambientes educacionais desde a infância, passando pela adolescência, graduação, até chegar na pós-graduação, como quem recolhe pistas que auxiliam a olhar para a racialização das relações institucionais e interpessoais tanto dentro da universidade quanto na sociedade brasileira. Evoco essas memórias – escrivivências (Evaristo, 2016) - para encontrar evidências de como o racismo institucional e interpessoal dentro da academia opera e também para discutir estratégias de autocuidado, resistência, sobrevivência e uma nova possibilidade de docência em Psicologia. Tratam-se de dezoito cartas, endereçadas a diferentes pessoas, grupos, coletivos e mesmo algumas sem endereçamento, que não possuem a pretensão de serem respondidas, pois nem toda carta precisa de resposta e, neste caso, elas servem para manifestar, testemunhar, documentar, registrar as memórias e vivências do meu corpo-território (Nascimento, 2021), como quem ousa erguer a voz (hooks, 2019a). Com esse trabalho, estive dedicada a encontrar algumas perspectivas de como pensar uma docência e pesquisa em Psicologia Social que transcendesse os livros e as autoras estudadas, respeitando os corpos e sujeitos com quem trabalha. Mais do que uma pesquisa, assim, essa dissertação foi um processo de cura, na medida em que escolhi transformar as dores das cicatrizes em movimento político e social. Isto só foi (e segue sendo) possível em comunidade, pois como bell hooks (2020a) nos ensina e Silvane Silva cita no prefácio à edição brasileira de Tudo sobre o amor: “a cura é um ato de comunhão” (Silva apud hooks, 2020a, p.19).