Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Sanseverino, Regina Maria Rangel Baptista |
Orientador(a): |
Souza, Nádia Geisa Silveira de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/76599
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Resumo: |
O cuidado em saúde bucal configura-se como um importante foco das preocupações e das práticas atuais do cuidado de si. O entendimento de que as práticas direcionadas ao cuidado de si integram os processos implicados na constituição de subjetividades moveu-me na direção de me interrogar sobre a crescente busca por dentes brancos por meio de um cuidado bucal e de tecnologias que “garantam” o desejado sorriso modelar antes mesmo de preocupações com a saúde bucal. Enquanto efeito das práticas sociais, o corpo encontra-se implicado numa economia política de estratégias tecnocientíficas e verdades que o regulam conforme as normas de beleza, saúde, felicidade e consumo. Tal implicação direciona escolhas, por exemplo, de produtos a serem adquiridos, os quais passam a integrar tanto os hábitos quanto a constituição subjetiva e orgânica dos sujeitos. Se pensarmos nas instâncias cujas verdades nos interpelam cotidianamente, será possível ver que os modos como nos olhamos e cuidamos encontra-se amplamente difundido pela mídia, inclusive os cuidados de saúde bucal. Por meio de diversos meios e modalidades enunciativas, a mídia vem ocupando a posição privilegiada nos processos constitutivos dos sujeitos e nos modo de ver e de cuidar de si. Relativamente ao cuidado bucal contemporâneo, no Brasil, este se apresenta de forma ambígua, ao mesmo tempo, tem-se o adoecimento por cárie e a veiculação de verdades, em anúncios publicitários configurando um cuidado oral estético que articula saúde/beleza. Tais questões moveram-me na direção de conhecer práticas e verdades relacionadas ao cuidado bucal, enquanto cuidado consigo, em anúncios publicitários veiculados na televisão nos dias de hoje. Assim, tomei como objeto de análise anúncios publicitários postos em circulação na mídia televisiva, visto o papel de destaque que adquiriu na constituição das subjetividades contemporâneas. Para entender como foi se configurando o cuidado bucal, no presente, voltei meu olhar para outras épocas, desde 3500 a.C. até meados do século XX, procurando conhecer instrumentos, produtos, quem falava e o que se dizia sobre o cuidado bucal. Nessa direção, examinei anúncios publicitários da revista “A Cigarra”, importante revista feminina brasileira do século passado. Para tanto, foram estabelecidas conexões com o campo dos Estudos Culturais, em suas vertentes pós-estruturalistas, e os estudos foucaultianos. As análises mostraram-me que as preocupações e cuidados bucais foram transformando-se, mas trazendo desde uma época remota preocupações estéticas que foram sendo associadas à saúde. No século XX, tornou-se marcante a presença dos especialistas nos anúncios publicitários, relacionando os usos do dentifrício à beleza e à saúde femininas já associadas ao branqueamento, mas também à sedução. Nos dias de hoje, intensifica-se o discurso do branqueamento do corpo e boca com saúde/beleza e sedução, o que pode gerar a produção de desejo e busca pelo branqueamento dental e pelas tecnologias em nível molecular para alcançá-lo a qualquer preço. Isso aponta para a necessidade de olharmos criticamente as produções midiáticas e as “verdades” que circulam acerca do branqueamento dos dentes. |