Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Fonseca, Rodrigo Oliveira |
Orientador(a): |
Indursky, Freda |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/56038
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Resumo: |
A presente tese investiga a incidência de interdições discursivas, explícitas e não explícitas, na história política do Brasil, com destaque para a interdição diluidora do abolicionismo em meio à discursividade republicana e anticolinialista da Conjuração Baiana de 1798. Tal interdição teria se efetivado a partir da práxis discursiva dos revolucionários baianos, que lhes demandou a constituição de palanques enunciativos virtualmente capazes de tirá-los da invisibilidade, da mudez e do non sens de sua existência política e de resistir aos efeitos de captura dos discursos dominantes. As outras duas análises, que servem de contraponto à primeira, investigam a interdição (explícita) ao Partido Comunista Brasileiro na cassação de seu registro partidário em 1947 e a interdição (não-explícita) ao movimento comunitário na promoção ao Orçamento Participativo de Porto Alegre. A tese propõe o desenvolvimento de procedimentos capazes de lidar proveitosamente com os estudos históricos no interior dos dispositivos de análise do discurso propostos por Michel Pêcheux em 1969 e depois revisitados por ele e Catherine Fuchs em 1975. Considera também uma série de intervenções do fundador da Análise do Discurso nos seus últimos anos de vida, nas quais uma compreensão mais fina da língua e da história neutralizam as tentações homogeneizantes que incidiam sobre os estudos discursivos. Algumas proposições de Jacques Rancière sobre a prática política, os modos de subjetivação e o desentendimento servem de base às propostas teórico-metodológicas desenvolvidas na tese, assim como uma reconsideração crítica do legado de Louis Althusser no bojo da teoria do discurso de Michel Pêcheux, com destaque à sua teoria da ideologia e à simples alusão à história, sem deixar de reconhecer e seguir trabalhando o sentido materialista de sua intervenção no marxismo. Conclui-se que também as classes dominantes não podem escapar à necessidade e à contingência de fazer política, contra os fatores de transformação social que atravessam os muitos furos e instabilidades da ordem, e que não há interdição que se sustente sem a promoção de alianças (reais, possíveis e imaginárias) no tecido social. |