“HUMA OBRA ÍMPIA E SEDICIOSA”: ANÁLISE DE AUTORIA MECÂNICA E EDIÇÃO SEMIDIPLOMÁTICA DE DOCUMENTO APREENDIDO NO CONTEXTO DA CONJURAÇÃO BAIANA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SANTOS, LIBÂNIA DA SILVA lattes
Orientador(a): LOSE, ALICIA DUHÁ
Banca de defesa: LOSE, ALICIA DUHÁ, SOUZA, ARIVALDO SACRAMENTO DE, MONTEIRO, RODRIGO BENTES, CUNHA, MARIA CRISTINA
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37493
Resumo: Peter Burke (1992), historiador inglês, ao tratar sobre a importância da adoção de posturas e metodologias que previnam a ocorrência de equívocos interpretativos, avalia que para uma correta interpretação do conteúdo escrito é essencial a compreensão e domínio dos signos e demais aspectos que compõem um documento manuscrito. Insere-se, neste contexto, a relevância e potencialidade investigativa do trabalho filológico, das ações de leitura, transcrição e análise diplomático-paleográfica destes escritos, pois como afirma Celso Cunha (2004), “[...] um manuscrito só é plenamente aproveitável depois de ‘caracterizado’, de sofrer um exame minucioso do ponto de vista codicológico e diplomático”, e os resultados deste exame serão muito mais ricos quando realizados também com as ferramentas teórico-metodológicas da história. Portanto, o objetivo deste trabalho é, a partir da análise da materialidade do manuscrito BR BAAPEB TJBA SRB CAD 577/01 do Arquivo Público do Estado da Bahia, a considerada “subversiva” cópia, traduzida de francês para português de trechos do livro Les Ruines de Palmira, ou méditation sur les révolutions des empires, de autoria do filósofo francês Constantin-François Chassebœuf (Volney), e cotejo com manuscritos complementares realizar a investigação da autoria mecânica – quem escreveu – o referido manuscrito que circulou entre réus da Conjuração Baiana. Identificar o autor deste manuscrito contribui para os estudos das dinâmicas de poder e justiça na Bahia colonial de fins do século dezoito além de demonstrar as possibilidades desta metodologia para estudos sóciohistóricos. A metodologia usada na pesquisa é a construção de uma análise filológica que, articulada com conhecimentos paleográficos, arquivísticos, históricos e diplomáticos, busca explorar os manuscritos em sua complexidade com enfoque em seus aspectos extrínsecos. Dessa forma, conclui-se que a filologia, para além de suas contribuições para estudos do texto e da língua, quando articulada com outras ciências consegue embasar novos campos de estudo, como é o caso da paleografia forense.