Utilização dos serviços de saúde por homens que fazem sexo com homens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cunha, Juliana Xavier Pinheiro da
Orientador(a): Knauth, Daniela Riva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276535
Resumo: A utilização dos serviços é um indicador adequado para avaliar a existência de desigualdades na atenção à saúde entre grupos e no interior deles. A dificuldade no acesso ao serviço representa um dos aspectos que contribui para a vulnerabilidade programática entre homens que fazem sexo com homens (HSH), sendo essa uma das dimensões relacionadas ao conceito de vulnerabilidade, que associada a aspectos individuais e sociais, pressupõe avaliar a suscetibilidade de uma pessoa desenvolver ou se expor a agentes ou fatores que favorecem ao adoecimento. Nesse sentido, os HSH estão expostos a múltiplas vulnerabilidades, que refletem na situação atual da epidemia por HIV neste grupo. Este trabalho tem como objetivo geral: analisar os fatores associados ao uso dos serviços de saúde por HSH, e como específicos: estimar a prevalência e os fatores associados à realização de consulta médica entre HSH visando mensurar, de forma indireta, o acesso à saúde deste segmento da população; e analisar a associação entre discriminação por orientação sexual e realização de consulta médica entre HSH. Trata-se de um estudo transversal, proveniente da pesquisa “Estudo de abrangência nacional de comportamentos, atitudes, práticas e prevalência de HIV, sífilis e hepatites B e C entre HSH”, conduzido em 12 cidades brasileiras, no ano de 2016. A variável de desfecho foi a realização de consulta médica nos 12 meses anteriores à data da entrevista. As variáveis explicativas, utilizadas para o artigo 1 deste estudo, foram distribuídas em predisponentes; capacitantes; e de necessidade. Já no artigo 2, foi verificada a associação do desfecho com a discriminação por orientação sexual. A associação da realização de consulta médica nos últimos 12 meses foi avaliada pela estimativa de odds ratio, por meio do modelo de regressão de Poisson com variância robusta, para amostragem complexa, ponderado pelo estimador de Gile. Verificou-se que a realização de consulta foi menor entre os HSH que não possuíam plano de saúde (OR: 0,28; IC95% 0,19-0,41) e que normalmente não procuravam pelo mesmo serviço de saúde (OR: 0,35; IC95% 0,20-0,61). Com relação ao nível de discriminação, os HSH com alto nível de discriminação, quando comparados com os de baixo nível, apresentaram mais chances de não utilizarem o serviço de saúde, através de consulta médica nos últimos 12 meses, mesmo após ajustes para variáveis sociodemográficas e de acesso ao serviço (OR: 1,79, IC95% 1,12-2,87). Desta forma, se faz necessário compreender os fatores que estão associados ao acesso e utilização dos serviços de saúde entre HSH, para que assim possam ser pensadas estratégias e revistas políticas públicas voltadas para a promoção da saúde e prevenção de doenças.