Clínica política antirracista periférica : escuta e cuidado psicoterapêutico no território de pertencimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Souza, Jéssica Dias de
Orientador(a): Alves, Miriam Cristiane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/280711
Resumo: No presente estudo escrevivo meu encontro com mulheres negras no Serviço de Psicologia na Periferia, territorializado no Bairro Rubem Berta, Porto Alegre/RS e, no percurso, levanto alguns questionamentos: Que ferramentas, que deslocamentos, que torções a Psicologia necessita fazer para abrir fissuras e produzir a ruína da casa grande? Como é possível operar um Serviço de Psicologia na Periferia? Ou melhor, mais do que saber o que ele provoca na “casa grande”, o que pode o Serviço de Psicologia na Periferia enquanto ação em minha comunidade? Tenho como objetivos gerais, construir memórias dos processos de produção de subjetividades de mulheres negras que realizaram psicoterapia no Serviço de Psicologia na Periferia, a partir daquilo que marcou meu próprio corpo, e problematizar experiências possíveis de uma clínica política antirracista periférica. Como objetivos específicos: 1) mapear o estado da arte dos estudos sobre clínica antirracista no campo da Psicologia; 2) refletir sobre os processos de produção de subjetividade de uma psicóloga negra considerando sua prática no contexto político, social e econômico da comunidade e do país; 3) visibilizar e problematizar as estratégias de cuidado das mulheres negras periférica. O processo de escrita aqui enunciado traz dimensões ético-políticas de meu corpo no encontro com outras mulheres negras, de modo que no caminho metodológico aposto nas histórias que emergem das memórias de meu corpo - memórias escrevividas em atendimentos psicoterapêuticos. Movimento uma escrevivência nas brechas e possibilidades de uma clínica política antirracista periférica. Lanço-me num processo de escreviver experiências que marcaram meu corpo enquanto mulher negra psicóloga, ficcionando memórias de minha escuta clínica na periferia. Coloco em análise as diversas formas como o sofrimento é apresentado nos atendimentos e as perspectivas de cuidados em saúde mental dentro do território, a fim de compreender os processos de subjetividade que ocorrem na clínica política antirracista periférica. Esta, surge com o propósito de questionar e tensionar as possibilidades de atuação da escuta clínica no território. O campo da psicologia, por si só, não é suficiente para abordar as relações raciais, portanto é essencial estudar mergulhar por outros campos disciplinares, saborear intelectuai s negras e negros para a compreensão de nós mesmas, de nossa coletividade. Chego até aqui com a sensação de experimentar o direito de fala através da escrita e de definir minha própria identidade compreendendo a passagem de objeto a sujeito.