Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Kreuz, Débora Strieder |
Orientador(a): |
Padrós, Enrique Serra |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/219845
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Resumo: |
A partir das premissas da segurança nacional, a ditadura brasileira, vigente entre 1964 e 1985, fez com que saíssem do país milhares de brasileiros: foram os exilados. Um dos países que os acolheu foi a Argélia. Independente da França em 1962, adotou uma política de não-alinhamento às duas potências que emergiram da Segunda Guerra, trazendo para o debate a ideia de solidariedade entre o Terceiro Mundo. Assim, a presente tese busca compreender o processo de exílio nesse país, desde as formas de saída do Brasil, as relações que lá se estabeleceram e a forma com que a ditadura brasileira monitorou os mesmos, a partir do prisma do inimigo interno. Por fim, busco analisar como que se desenrolaram as relações entre os estados brasileiro e argelino. Para a realização da proposta utilizei principalmente três tipos de fontes: memórias de exilados que em algum momento passaram pela Argélia (orais e escritas); documentos dos órgãos de informação da ditadura que se encontram no Arquivo Nacional e a documentação diplomática trocada entre a Embaixada do Brasil em Argel e Ministério das Relações Exteriores, conhecido como Itamaraty. Concluí que o país africano recebeu brasileiros em momentos distintos, com destaque para o intervalo entre 1965 e 1974, quando o fluxo de exilados ocorreu de maneira mais intensa. Foi possível identificar dois grupos: o primeiro vinculado ao governador deposto de Pernambuco, Miguel Arraes, que chegou ao país em 1965 e, a partir de então aglutinou pessoas sobretudo vinculadas ao seu governo; o segundo, identificado com a luta armada, e que utilizou a Argélia como um espaço para a obtenção de documentos e rearticulação política, com o objetivo central de retornar ao Brasil. Assim, compreendi a Argélia como um destino de exílio possível em distintos momentos e em cujo território os exilados encontraram um espaço seguro para se estabelecer. Diferentemente do que ocorreu em outros territórios, em que o aparato de vigilância brasileiro se estabeleceu de maneira ostensiva com o CIEx, na Argélia a embaixada era um espaço de atuação mais restrita contra a comunidade exilada, basicamente de monitoramento, embora as relações diplomáticas entre os países tivessem se mantido por todo o período em análise. |