Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Klausberger, Marcos Irineu |
Orientador(a): |
Castrogiovanni, Antônio Carlos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/214642
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Resumo: |
Esta tese se situa no campo do ensino de Geografia e dos estudos fronteiriços, compreendendo como cenário de pesquisa as cidades-gêmeas de Santana do Livramento, no Brasil, e Rivera, no Uruguai. O trabalho parte do pressuposto de que a fronteira é diferente dos demais territórios que constituem os Estados nacionais, parecendo haver uma densidade maior de particularidades que se refletem em muitas outras geografias. Defende a necessidade de propostas para a construção de um currículo diversificado, integrativo, ligado à vida, que contemple o lugar e as suas especificidades, concebido a partir das infinitas relações que mantém com o mundo globalizado. Com essa leitura, o estudo procura responder quais sentidos os currículos pensados para a Geografia devem atribuir à fronteira para dar conta desse espaço e de suas singularidades. Para tanto, o trabalho está ancorado na Epistemologia da Complexidade, através de fundamentos da pesquisa qualitativa. O movimento investigativo toma como ponto de partida os estudos fronteiriços, passando ao exame das origens que marcam a formação daquelas cidades e da área que em torno delas se constituiu. Evidencia a fronteira como conceito geográfico, implicada nas dinâmicas de um meio técnico-científico-informacional, e, dialogicamente, como espaço vivido, carregado de subjetividades e laços socioespaciais. Examina a proposição dos currículos no Brasil e no Uruguai, sob as perspectivas política e pedagógica, para, então, discutir o ensino de Geografia. Nesse sentido, relaciona os conceitos estruturantes da Geografia às competências e habilidades que se utilizam desses conceitos para articular a aplicabilidade do conhecimento. Em congruência com a teoria, o corpus empírico advém da análise de documentos e de diálogos empreendidos com alunos e professores da Educação Básica, habitantes de Rivera e de Santana do Livramento. Das narrativas dos estudantes emergem geografias imaginárias, pautadas em suas experiências, repletas de saberes locais. Nesses saberes, revelam a dimensão instrumental do limite político que se converte, em si mesmo, numa estratégia de vivência cotidiana, incorporando uma dimensão cultural e simbólica que estabelece um lugar marcado por sua condição fronteiriça, formado pela soma indissolúvel de sistemas de objetos e sistemas de ações. Desse modo, às especificidades da vida local correspondem habilidades por eles construídas em diversos campos, que permitem que esses sujeitos, em suas práticas espaciais, se comuniquem, se relacionem, estudem, consumam e convivam com as diferenças impostas pelas respectivas esferas político-administrativas. Mediante essas territorialidades, que transgridem a linha divisória, a fronteira é interpretada por esses estudantes como uma totalidade, como um lugar social vivido e redimensionado em seus aspectos simbólicos e imaginários, representado por interações baseadas na cidadania, na (bi)nacionalidade, no trânsito diário e nas necessidades da comunidade local. Entretanto, os depoimentos dos professores indicam que a geografia da vida cotidiana parece estar ausente da Geografia escolar, principalmente nas instituições situadas do lado brasileiro. Nestas, encontra-se currículos homogeneizados, baseados em conteúdos reproduzidos dos livros didáticos, insinuando não haver espaço para projetos e atividades que contemplem as questões locais. Em contrapartida, observa-se que a Geografia empregada nas escolas de Rivera tende a ser mais qualificada, didática e epistemologicamente, quando comparada a de Santana do Livramento. Diante dessa realidade, a pesquisa propõe caminhos para outros currículos, pensados sob o viés das espacialidades, demandando uma prática escolar geográfica que estimule o respeito ao diverso e contribua para uma aprendizagem mais significativa, permitindo aos alunos uma leitura do mundo a partir do lugar que (re)constroem |