Aranhas de solo do Cerro Verde (ARACHNIDA, ARANEAE), Sant'Ana do Livramento, RS, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Bitencourt, João Anacleto Gomez
Orientador(a): Mendonça Junior, Milton de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/170158
Resumo: A fauna araneológica de solo forma um elo muito importante dentro das teias alimentares, servindo de alimento a muitos animais e controlando outras populações, principalmente insetos. As aranhas que vivem no solo no sul do Brasil integram a alta biodiversidade que existe nos ―campos‖ de climas temperados. Este estudo foi desenvolvido numa área rural com nome de Cerro Verde, às margens do Arroio Monserrat, município de Sant‘Ana do Livramento – RS. Objetivou-se conhecer as famílias e espécies de aranhas de solo, suas distribuições e variações sazonais nesta área inserida no Bioma Pampa. Três ambientes - mata ciliar (M), zona de transição (ZT) e campo (C) - foram amostrados e cada um recebeu por estação uma quadrícula de 216 m2 composta por 100 armadilhas de queda (pitfall) durante dois anos (2006-2008). As armadilhas na quadrícula foram distribuídas em 10 transectos distantes 2 m um do outro. Cada transecto possuía 10 armadilhas intercaladas entre si por intervalos de 1 m, formando uma malha 2 m x 1 m. Foram coletadas 10.666 aranhas que determinaram 23 famílias e 107 espécies. Desse total de indivíduos, 6.474 eram adultos, 4.192 eram jovens e entre os adultos resultaram 4.217 machos e 2.257 fêmeas. As cinco famílias mais abundantes foram Linyphiidae, Lycosidae, Hahniidae, Theridiidae e Corinnidae, totalizando 88,5% da amostragem geral. Para as análises e comparações mais específicas foram usados apenas os indivíduos adultos e a família Linyphiidae foi mais abundante na mata e na zona de transição, com predomínio da família Lycosidae no campo. As espécies dominantes foram Scolecura sp.1 (no total e na mata) e Sphecozone sp.1 (na zona de transição e no campo), ambas pertencentes à família Linyphiidae. A mata apresentou maiores abundância e riqueza absolutas, o que foi reforçado pela rarefação que mostrou uma maior riqueza de espécies na mata e no campo quando comparados com a zona de transição. Uma ANOVA one-way confirmou que tanto a abundância como a riqueza são significativamente maiores na primavera. Um ANOSIM revelou que não há diferença entre a composição dessas espécies entre as estações, o que ficou evidenciado pela ordenação através do método nmMDS usado para ilustrar a composição das espécies. A flutuação sazonal na abundância das aranhas aqui observada é o resultado da diminuição na abundância/atividade da maior parte das espécies não afetando a composição nas estações. Os resultados deste estudo mostram um número considerável de espécies quando comparado a outros estudos da araneofauna de solo realizados no Brasil e no Bioma Pampa. Estes conhecimentos são importantes e servirão como comparativos para outros estudos na tentativa de evidenciar a universalização dos padrões de abundância e riqueza das comunidades de aranhas de solo no Bioma Pampa no RS, visto que são escassas as pesquisas sobre a identidade destes animais e suas interações com seus ambientes e as estações.