Industrialização e arquitetura no RS : o frigorífico Armour de Santanna do Livramento (1917)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Guerra, Milton Quinhones
Orientador(a): Pereira, Claudio Calovi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/199631
Resumo: No final do século XIX, o Uruguai atravessava um período de instabilidade política. Investidores uruguaios então atravessaram a fronteira e instalam-se na cidade de Sant’Anna do Livramento, no Rio Grande do Sul. No ano de 1903 vemos o aparecimento da Xarqueada Sant’Anna do Livramento, de propriedade dos uruguaios naturais de Montevidéu, Francisco Anaya e Pedro Irigoyen. Até o início da década seguinte mais duas charqueadas são instaladas na cidade, ambas com capital uruguaio. Aproveitando a infraestrutura ferroviária uruguaia, trens carregados de charque partiam através da cidade de Rivera rumo ao porto de Montevidéu. No início do ano de 1917, a Xarqueada Sant'Anna do Livramento foi vendida à Companhia Armour, grande empresa multinacional Norte-Americana. Durante três anos de intensa atividade, foi construída onde estava localizada a antiga charqueada uma grande planta frigorífica, com capacidade de abate de até mil cabeças de gado. Parte do complexo industrial foi destinada à construção de uma fábrica de carnes em conserva. Da charqueada somente permaneceu intacta, à frente do novo complexo industrial, a antiga residência de Pedro Irigoyen, obra do engenheiro uruguaio Angel Demicheli. O arquiteto inglês radicado no Uruguai John Adams, e o engenheiro uruguaio Adolfo Shaw, dividiram a autoria dos edifícios administrativos, residenciais e de lazer. Urbanis-ticamente, o complexo industrial-residencial revela certa influência da cidade jardim de Ebenezer Howard, pois o empreendimento da Compa-nhia Armour, envolto por uma densa vegetação, ficava distanciado do núcleo urbano de Livramento. Contudo, o complexo não era totalmente independente da cidade. Assim, pode ser caracterizado como um subúrbio-jardim. Além do Complexo Industrial e da Administração, foram construídas várias residências para o administrador e os funcionários mais graduados, e um edifício para habitação coletiva, conhecida como Casa dos Solteiros. Ao todo, foram erguidas 30 residências, distribuídas em três ruas distintas, situadas cada uma em cotas diferentes. Em cada rua, os funcionários eram alocados de acordo com as diversas funções desempenhadas dentro da fábrica. Os funcionários de hierarquia mais alta foram alocados nas residências maiores localizadas na primeira rua, que também conduz à única construção destinada ao lazer, o Clube, com duas quadras de tênis e um dos primeiros campos de golfe do Brasil. Esta dissertação examina a arquitetura adotada nos principais prédios construídos pela Companhia Armour, além de formular uma hipótese do desenvolvimento das instalações no decorrer do período de funcionamento do frigorífico. Procurou-se, a partir de um pequeno conjunto de imagens, demonstrar parte dos processos industriais executa-dos nesta fábrica.