Subjetividades contemporâneas, trabalho e masculinidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Eccel, Cláudia Sirangelo
Orientador(a): Grisci, Carmem Ligia Iochins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/19105
Resumo: Meu objetivo nesta tese é analisar como os ideais de masculinidade hegemônica engendrados em uma organização são vivenciados e como afetam os estilos de vida de homens e mulheres, o que implica em uma ampliação do foco dos estudos de gênero na Administração no Brasil. Embora a produção sobre gênero nos estudos organizacionais brasileiros seja vasta, limita-se às mulheres e suas especificidades, opondo binariamente o feminino e o masculino. Os sujeitos masculinos do trabalho são largamente estudados, porém, não são considerados sob a perspectiva da masculinidade, o que os apresenta como trabalhadores padrão, norma da qual as mulheres se distanciam. Noutras disciplinas, os estudos de gênero apontam para uma pluralidade de masculinidades dentre as quais operam dinâmicas de poder, fazendo com que algumas se tornem hegemônicas e atuem como modelo social em determinado recorte de tempo, espaço e cultura (CONNELL, 2003, 1998, 1995; KIMMELL, 2006; 1998; OLIVEIRA, 2004). Ao mesmo tempo, o caráter imaterial do trabalho na contemporaneidade (LAZZARATO e NEGRI, 2001), permite a compreensão dos processos de subjetivação nas organizações (GUATTARI e ROLNIK, 2005). A pesquisa, um estudo de caso qualitativo em uma Refinaria de petróleo do sul do país, teve duração de 20 meses, permitiu verificar e analisar o ideal de masculinidade hegemônica construído e como este era vivido em diferentes instâncias pelos gestores homens e mulheres. Os dados encontrados sugerem que o contexto organizacional contribui para a produção e valorização de determinada masculinidade, que atua como ideal hegemônico, e possibilitaram compreender a reprodução desta subjetividade a partir dos movimentos de alienação e resistência. Como aporte para os estudos organizacionais, esta tese possibilita um olhar sobre as relações de poder dentre as masculinidades, e não mais apenas a dominação do masculino sobre o feminino, além de trazer como contribuição aos estudos de gênero o aspecto teórico-metodológico de considerar na análise das relações de gênero os processos de construção de subjetividade.