Uma análise discursiva sobre resistência do/no corpo trans no Jornal do Nuances : Nicole, uma mulher possível

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rosa, Bruno Rosa da
Orientador(a): Campos, Luciene Jung de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/259219
Resumo: A materialidade dessa pesquisa é a entrevista "Nicole, uma mulher de verdade", concedida em 1998 ao Jornal do Nuances, periódico LGBTTI+ pela livre expressão sexual, com sede em Porto Alegre – RS. A análise da entrevista está ancorada na teoria da Análise do Discurso de vertente materialista, preconizada por Michel Pêcheux, em que parte-se da análise do funcionamento discursivo referente à conceitualização de gênero, de corpo e de mulher. Busca-se analisar a insubmissão do corpo ao domínio da ordem binária e da compreensão lógica, considerando as (des)identificações com os saberes provenientes do interdiscurso, manifestados como pré-construídos no intradiscurso. Problematiza-se a binaridade de gênero que acontece por meio de uma lógica disjuntiva, com os significantes homem ou mulher, para pensar como o sujeito se inscreve em uma posição de entrelugar, espaço de indefinição em que a falta de objeto e a falha na linguagem se apresentam. O corpo trans possibilita pensar outras formas de sexuação do sujeito sexual, marcado pela (im)possibilidade de se autorizar no campo político. Temos indícios de que o corpo trans é um corpo de resistência, uma vez que, na entrevista em análise "Nicole, uma mulher de verdade", a subjetivação se dá em relação à identificação com a feminilidade, mas não se deixa determinar pela ideia dominante de mulher. Pois "a mulher de verdade" não existe. A mulher só pode existir na pluralidade e na diversidade.