Prevalência, associações e qualidade de vida relacionadas a sintomas nasossinusais, tabagismo e DPOC em adultos com idade superior a 40 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Caminha, Guilherme Pilla
Orientador(a): Moreira, José da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/206274
Resumo: Introdução: O impacto de sintomas nasossinusais, tabagismo e da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é notável em termos de morbimortalidade, custos econômicos e diminuição de qualidade de vida. No Brasil, não existem estudos que avaliem a associação de sintomas nasossinusais, tabagismo e DPOC, tanto na população geral quanto em grupos selecionados. Além disso, dados epidemiológicos de sintomas nasossinusais e da DPOC ainda são escassos. Objetivo: Estimar a prevalência, as associações e qualidade de vida relacionadas a sintomas nasossinusais, tabagismo e DPOC em Florianópolis. Métodos: Este é um estudo de base populacional (Respira Floripa), representativo dos moradores da cidade de Florianópolis com ≥40 anos, cuja metodologia foi baseada no estudo PLATINO. Os instrumentos de avaliação utilizados no estudo compreenderam entrevista domiciliar, medidas antropométricas e espirometria. A identificação de sintomas nasossinusais foi realizada utilizando os critérios diagnósticos do EPOS e o diagnóstico funcional de DPOC foi realizado por espirometria (VEF1/CVF <0,70 pós-broncodilatador). Os resultados estão expressos em média, percentual ou como razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança de 95,0% (IC de 95,0%). Diferenças entre grupos para variáveis categóricas foram examinadas por meio do teste do Chi-quadrado e para variáveis contínuas por meio do teste T não pareado. Para comparação de médias de três ou mais grupos, foi realizada análises de variância (ANOVA) e, quando este teste se mostrou estatisticamente significativo, foi realizado análise post-hoc com teste de significância ajustado de Bonferroni. A análise multivariada foi utilizada para a identificar os fatores associados à sintomas nasossinusais. Regressão de Poisson robusta (generalized linear model - GLM) foi utilizada para estimar os efeitos brutos e ajustados dos fatores de risco para sintomas nasossinusais. O nível de significância aceito foi de 5,0%. Resultados: A prevalência, na amostra estudada (n= 1056), de sintomas nasossinusais foi de 14,7%, de tabagismo foi de 17,9% e DPOC foi de 8,7%. A prevalência de sintomas nasossinusais, foi significativamente maior em indivíduos tabagistas (22,2% vs. 12,0%, p=0,001), naqueles com DPOC (22,8% vs. 13,9%, p=0,02), com autorrelato de diagnóstico médico prévio de rinite (35,6% vs. 10,1%, p<0,0001) ou de gastrite/úlcera/refluxo (22,2% vs. 11,1%, p<0,0001) ou nos com sintomas de depressão (29,8% vs. 12,2%, p<0,0001). A análise multivariada mostrou que, com exceção da DPOC, as demais variáveis clínicas mantiveram-se associadas à prevalência de sintomas nasossinusais. A análise do questionário SNOT-22 mostrou escores significativamente maiores em indivíduos com sintomas nasossinusais do que naqueles sem estes sintomas, nos tabagistas quando comparados com não tabagistas e ex-tabagistas, e em portadores de DPOC comparados aos indivíduos sem DPOC. Os escores do questionário SNOT-22 foram similares entre indivíduos com DPOC ou tabagistas sem DPOC (p= 1,0), porém houve diferença significativa entre indivíduos com DPOC ou tabagistas sem DPOC comparados aos não tabagistas (p< 0,05), à exceção dos domínio oto-facial e sono entre DPOC e não tabagistas. A análise do impacto da presença de comorbidades no escore do questionário SNOT-22 mostrou que não houve diferença significativa entre tabagistas com ou sem rinite (p= 0,1), bem como não houve diferença significativa em indivíduos com DPOC com ou sem rinite (p= 0,1). Indivíduos com relato de diagnóstico prévio de gastrite/úlcera/refluxo apresentaram escores do SNOT-22 significativamente maiores do que os indivíduos sem esse diagnóstico, à exceção de tabagistas. Em indivíduos com sintomas de depressão, o escore total do SNOT-22 foi significativamente maior quando comparados com indivíduos sem os sintomas (p≤ 0,001). Os resultados da análise mostram que rinite ou gastrite/úlcera/refluxo não modificam o escore total do SNOT22, porém depressão apresenta interação significativa (F=11,3; p <0,001). Conclusão: A prevalência de sintomas nasossinusais foi de 14,7%, de tabagismo 17,9% e de DPOC 8,7%, em Florianópolis. A prevalência de sintomas nasossinusais foi significativamente maior em indivíduos tabagistas ou com DPOC. Além do mais, a presença de sintomas nasossinusais é ampliada pela presença de comorbidades associadas como rinite, gastrite/úlcera/refluxo e depressão. A qualidade de vida medida através do SNOT-22 é afetada negativamente em indivíduos com sintomas nasossinusais, tabagistas ou com DPOC.