Perfil dos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica exacerbada internados em um hospital de referência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Jacques, Maria Angélica
Orientador(a): Moreira, José da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/107043
Resumo: Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, tanto em termos de morbidade como de mortalidade Objetivos: Caracterizar o perfil dos portadores de DPOC internados em um hospital de referência em pneumologia no período de 1 (um) ano; avaliar o papel prognóstico de fatores como idade, sexo, tabagismo, presença de comorbidades, e internação na unidade de terapia intensiva. Métodos: Foram avaliados todos os pacientes internados no Pavilhão Pereira Filho (PPF) - Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, entre janeiro/2008 e janeiro/2009, que apresentaram como principal motivo da internação a exacerbação da DPOC. Foram realizadas entrevista com o paciente ou com o familiar responsável e pesquisa no prontuário para preenchimento da ficha e questionário de avaliação. Foram analisados os primeiros exames de imagem e laboratoriais realizados na hospitalização. O Airway Questionnaire 20 (AQ20) foi utilizado para avaliação da qualidade de vida e deveria ser respondido somente pelo paciente. Os programas Excel e PASW 18.0 foram utilizados para armazenamento e tratamento estatístico dos dados. O nível de significância adotado foi de 5,0%. Resultados: Estudaram-se 142 pacientes, com média de 1,84 internações por paciente. A principal causa da exacerbação foi infecção respiratória (86,6%). A idade dos pacientes foi de 70,4 ± 9,9 anos; 51,4% eram homens, 53,6% tinham nível de escolaridade baixo, 33,1% eram do lar, e a maioria morava em casas de bairros residenciais de Porto Alegre ou em sua região metropolitana. Quanto ao hábito tabágico, 71,8% eram ex-tabagistas e 18,3% tabagistas ativos. As comorbidades estiveram presentes em 88,0% dos pacientes, especialmente hipertensão arterial sistêmica e Diabetes mellitus, e 76,8% apresentavam história prévia de alguma outra doença pulmonar, como asma ou pneumonia. A mediana de tempo de diagnóstico da DPOC foi de 6,5 anos. O oxigênio domiciliar era usado por 28,9% dos pacientes, a fisioterapia no domicílio era realizada por 15,5% deles, e apenas 3,5% participavam ou já haviam participado de algum programa de reabilitação pulmonar. Responderam o AQ20 130 pacientes. Quando perguntados se sentiam falta de ar ao subir escadas, 76,8% responderam afirmativamente. Além disso, 70,4% sentiam-se freqüentemente cansados, 69,7% tinham piora dos sintomas quando se incomodavam e 61,3% referiam não conseguir aproveitar sua vida devido à doença pulmonar. Durante a internação, 85,2% dos pacientes usaram oxigênio, 95.1% utilizaram broncodilatadores inalatórios, 74.6% corticoides sistêmicos, 72.5% antibióticos, 86.6% realizaram fisioterapia, e 16,9% necessitaram de internação em UTI. Foram a óbito 5 (3,5%) pacientes durante a primeira hospitalização e um total de 19 (13,4%) óbitos ocorreram durante o ano do estudo. Pacientes com comorbidades permaneceram mais tempo internados. A internação em UTI relacionou-se com o tempo de internação hospitalar e número de óbitos. Conclusões: As principais conclusões do estudo foram: infecção respiratória mostrou-se como causa mais freqüente da exacerbação; cada paciente internou cerca de duas vezes no período analisado; a média de idade da amostra foi relativamente alta; o nível de escolaridade foi baixo; história de tabagismo esteve presente na grande maioria (90,0%) dos pacientes; o tempo de diagnóstico de DPOC foi relativamente curto se considerada a idade dos indivíduos; uma pequena proporção de pacientes fazia uso de oxigênio domiciliar e/ou ventilação mecânica não-invasiva; poucos realizavam fisioterapia domiciliar ou participavam de um programa de reabilitação pulmonar. Durante a hospitalização, oxigenoterapia, broncodilatadores inalatórios, corticóides sistêmicos e antibióticos, bem como fisioterapia, foram as medidas terapêuticas mais vezes empregadas. Em relação à qualidade de vida, os indivíduos analisados apresentavam sintomas respiratórios que afetavam as atividades diárias (AVD’s). A necessidade de internação em UTI, bem como o gênero masculino dos indivíduos tiveram relação significativa com o número de óbitos. O tempo de internação hospitalar foi maior nos indivíduos que apresentavam comorbidades e naqueles que necessitaram de internação na unidade de terapia intensiva.