As representações sobre cidadania de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais no discurso jornalístico da Folha e do Estadão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Darde, Vicente William da Silva
Orientador(a): Morigi, Valdir Jose
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/54524
Resumo: Entendemos que a notícia, principal produto do jornalismo, é construída a partir dos múltiplos discursos que circulam dentro da cultura vigente, influenciados pelos valores relacionados à norma hegemônica que rege os comportamentos sociais. As representações sobre gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais pelo discurso jornalístico se fundam num padrão normativo ocidental hegemônico – a heteronormatividade, que hierarquiza e atribui valores aos sujeitos, excluindo determinados indivíduos, práticas e grupos. Nesse sentido, outras formas existentes de expressão da sexualidade são entendidas como fora da norma, o desvio, contribuindo para o preconceito e a discriminação. Analisamos quais visões de cidadania os jornais de referência Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo ajudam a construir a partir das representações da população LGBT, identificando as marcas nos discursos que revelam esses sentidos. A busca pelo reconhecimento da diversidade sexual opera via normalização, dentro de uma perspectiva que estimula uma cultura de tolerância, na qual estão ancoradas as representações sobre o grupo, fortalecidas pelo discurso moral e ideológico das instituições religiosas que negam a possibilidade de exercício de uma cidadania plena da população LGBT. Concluímos que enquanto a heterossexualidade não for problematizada e debatida na esfera pública de forma aberta e democrática fica difícil romper os preconceitos e a violência contra a população LGBT. E o jornalismo, enquanto campo marcado por disputas, lugar de produção de sentidos e formação de valores, deve buscar cumprir sua função social, buscando contextualizar os fatos a partir da pluralidade de vozes existente na sociedade.