Masculino, o gênero do jornalismo : um estudo sobre os modos de produção das notícias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Silva, Márcia Veiga da
Orientador(a): Fonseca, Virginia Pradelina da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/25629
Resumo: Esta dissertação reflete sobre o papel desempenhado pela comunicação social, e pelo jornalismo em particular, nas relações de poder e nas desigualdades que se fundam na cultura, principalmente no que se refere às relações de gênero e sexualidade. Para tanto, foi desenvolvida com o objetivo de analisar as concepções de gênero dos jornalistas percebendo se e de que maneira elas atravessam a produção de notícias e contribuem na reprodução, manutenção, re-significação ou transformação de padrões de desigualdade, e se expressam a existência da heteronormatividade no jornalismo. Desenvolveu-se amparada nas teorias construcionistas do jornalismo, nos estudos culturais, estudos feministas pós-estruturalistas e nos estudos queer. Inspirada no método etnográfico, com uso da técnica da observação participante, a investigação se deu no acompanhamento da produção de notícias, durante onze semanas, junto a um grupo de jornalistas partícipes de um dos programas jornalísticos da RBS TV, na cidade de Porto Alegre/RS. Acompanhando o cotidiano dos jornalistas com foco nas rotinas produtivas das notícias e nas relações entre os profissionais, o jornalismo se desvelou constituído de gênero. Não apenas porque seus operadores são sujeitos que possuem gênero e concepções de gênero. Fundamentalmente porque demonstrou que as convenções de gênero são pervasivas dos valores culturais e visões de mundo, presentes na subjetividade dos jornalistas, e como tal incidem nas estruturas organizacionais e hierárquicas da empresa e nas próprias notícias, bem como nos modos como o jornalismo está relacionado à reprodução de saberes selecionados por serem reconhecidos como podendo ou devendo dar lugar àquilo que uma sociedade considera digno de ser conhecido (LOURO, 1997).