O trabalho das mulheres serigueiras no assentamento agroextrativista Chico Mendes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vojdani, Marcia Nogueira
Orientador(a): Flores, Rafael Kruter
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/197880
Resumo: O objetivo desta pesquisa acadêmica é analisar o trabalho das mulheres seringueiras no cotidiano do Projeto de Assentamento Agroextrativista Chico Mendes, localizado em Xapuri, Acre, Brasil, por meio das suas vozes. O presente estudo articula os conceitos de metabolismo social e valor, em Marx, e do conceito da ocultação do valor do trabalho reprodutivo da mulher em Federici, tendo como principal referência os relatos das mulheres seringueiras sobre o seu cotidiano de trabalho. Este trabalho se insere na perspectiva feminista anticapitalista do trabalho doméstico assumidos por Federici, e realiza a análise proposta através do método histórico dialético em Marx, o qual trata de entender os fenômenos a partir da realidade, de forma dinâmica e totalizante, pois, rejeita a busca da essência dos fenômenos de forma isolada, fragmentada e determinista. É pela abstração que este trabalho analisa o seu objeto de estudo, com base naquilo que está posto na realidade, mas que não é de fácil percepção, pois se vê envolto pelas as aparências das coisas. Os estudos de Federici apontam que a ocultação do valor do trabalho reprodutivo realizado pela mulher está associada a interesses capitalistas e remonta ao início do desenvolvimento deste sistema. Em Marx, fica evidente que o produto do trabalho (valor) da mulher seringueira não lhe pertence. Comparando-se as vozes das mulheres seringueiras com a aparente realidade que enlaça e compromete a percepção dos trabalhadores, este estudo evidencia que, o cotidiano de trabalho no PAE-CM expressa a ocultação do valor do trabalho produtivo feminino num processo de dupla exploração que se converte em capital privado: a exploração da força de trabalho de toda a família produtora, mãe, pai, e filhos, bem como da extração dos produtos oriundos da floresta como valor de troca.