Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Ane Costa de |
Orientador(a): |
Sanseverino, Antônio Marcos Vieira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/18354
|
Resumo: |
A fim de compreender como um narrador que tem tendência para a perspectiva única e para o monólogo permite que outras vozes se manifestem a ponto de serem ouvidas pelo leitor, o presente trabalho busca uma articulação entre o romance moderno e o testemunho. Entretanto, antes desta análise, foi proposta uma breve revisão sobre a produção literária brasileira na década 70, destacando-se o isolamento da obra Lavoura Arcaica em relação ao contexto literário daquela época. Ainda nesta parte inicial há a recuperação da fortuna crítica a respeito da obra de Raduan Nassar. Tendo em vista a complexidade do romance nassariano, no segundo capítulo, foi contemplado o ponto de vista de alguns teóricos literários - Mikhail Bakhtin, Problemas da poética de Dostoiévski (2002), Theodor Adorno, Posição do narrador no romance contemporâneo (1983) e Anatol Rosenfeld, Reflexões sobre o romance moderno (1985) - que, de certo modo, dialogam a respeito do papel do romance moderno. Ressalta-se, então, do estudo bakhtiniano, a noção de dialogismo que permite autonomia às personagens porque a partir dela o homem pode ser visto em sua multiplicidade e imprevisibilidade; de Anatol Rosenfeld, a negação do realismo ou o desmascaramento do mundo epidérmico do senso comum e de Theodor Adorno, a crise da objetividade. A noção de testemunho apresentada por Márcio Seligmann-Silva (2006) é vista como uma adaptação estética pertinente a um mundo já ciente da frágil condição humana. O último capítulo está dividido em três subcapítulos. No primeiro, observa-se como André foi capaz de inverter a lógica paterna, constituindo-se no elemento deflagrador que ocasionou o fim de uma forma fechada e orgânica de família patriarcal. No segundo, mostra-se como o André narrador, que surge com a morte do André personagem, acolhe e resgata, principalmente, a voz do pai e a dos irmãos. Enquanto sobrevivente, há o transbordamento do seu mundo interior e a sua evidente fragmentação. No terceiro, constata-se como a adoção de uma prosa poética pode ser vista como uma forma de conciliar a necessidade e a impossibilidade de se narrar algo que transcende a verossimilhança e que se instaura como um trauma. Foi também ressaltado que uma concepção artística que deixa vir à tona as contradições inerentes à modernidade é fundamental para se narrar em um mundo carente de sentido. |