A exasperação da forma. Estudo sobre Lavoura arcaica, de Raduan Nassar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Santos, Mauricio Reimberg dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-18112013-124624/
Resumo: Este estudo pretende discutir a constituição do ponto de vista narrativo em Lavoura arcaica, de Raduan Nassar. A partir do reconhecimento da dramatização ritual que rege o romance, descrita em parte pela crítica, busca-se investigar os modos de irrupção de uma fala exasperada. A situação narrativa em possessão, por meio da qual o registro lírico da prosa confina com a disposição encantatória à violência, domina a forma. Isso reitera de modo envolvente os paroxismos implicados na ideia da incitação absoluta à ordem. Essa demanda mitificante aparece articulada a contradições históricosociais. A obra apreende, em sua própria estrutura, a afirmação paradoxal da subjetividade sob o familismo árabe imigrado e certa dinâmica social própria ao Brasil pós-1964. Considerando o embate entre a construção estética e o processo histórico, o trabalho examina impasses que definem a linguagem ambivalente de Lavoura. Como se tentará mostrar, as oscilações extremas e as passagens agônicas caracterizam a fundo a matéria do autor, atravessada por uma lógica infensa à síntese.