Esse é daqui, aluno bem autista : autismos, educação especial e processos de in/eclusão na escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cruz, Danielle Marques da
Orientador(a): Ceccim, Ricardo Burg
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255266
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo analisar documentos escolares de encaminhamentos para o ensino fundamental, de um serviço de educação especial, denominado Psicopedagogia Inicial (PI), referidos a estudantes (3 aos 5 anos de idade) com diagnóstico de autismos, direcionados para escolas comuns e especiais, no contexto da rede municipal de ensino de Porto Alegre/RS. A investigação buscou, igualmente, como compromisso o conhecimento e o desafio de fazer pensar as estruturas e as pra ticas de nosso pensamento, em um exercí cio de desconfiança de qualquer pra tica criada em qualquer regime de verdade; (re)pensar as estruturas segregatórias e capacitistas, estruturas sociais que permanecem veladas. Foram analisados 114 documentos datados entre 2008 e 2018. Como fios condutores, o dispositivo da medicalização e os processos de in/exclusa o na educação escolar, sobretudo, o entrecruzamento da noção de norma, compreendendo que tal noção aparece abarcando os processos de normalização e normatização. Problematizou-se os documentos escolares frente a esses atravessamentos com quatro questões norteadoras: 1) a perspectiva inclusiva na rede municipal de ensino frente a política nacional de educação inclusiva; 2) a produção de sujeitos pedagógicos de escola comum ou de escola especial nas narrativas avaliativas; 3) os determinantes elencados quando do direcionamento dos estudantes identificados como autistas as escolas comuns ou especiais; e 4) o diagnóstico de autismos constituído no processo avaliativo que decide o direcionamento dos estudantes para o ensino fundamental. Foram encontrados três agregados discursivos: a) comportamento e ensino medicalizados; b) família medicalizada; e c) aluno etiquetado: “esse e daqui!” Um enunciado engendrado em um discurso medicalizante. Portanto, evidencia-se um processo de distribuição e medicalização de crianças cujos modos de ser, sentir e aprender não correspondem exatamente ao padrão escolar. Verificou-se que ainda há dificuldade de uma educação de perspectiva inclusiva quando os diagnósticos se impõem, uma vez que declaram uma condição implícita de normalização e normatização que faz perdurar argumentos de segregação e vigência da escola especial, mesmo contraposta a legislação nacional, fruto de uma pauta internacional pelo direito a diversidade na inclusão escolar.