O Povo kaigang e o processo de demarcação de terras indígenas no Brasil : a expropriação territorial e a retomada kaigang kógũnh mág

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Araujo, Rodrigo Wienskoski
Orientador(a): Heidrich, Álvaro Luiz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/267117
Resumo: O processo de demarcação de terras indígenas é um assunto que gera muitas controvérsias. Os povos originários, os principais interessados, nunca desistiram de seus territórios, e vários grupos iniciaram movimentos independentes pela demarcação de suas terras. Esse é o caso da retomada Kógũnh Mág, que busca demarcar os territórios originários Kaingang no entorno da Floresta Nacional de Canela (FLONA de Canela). Nesse sentido, esta pesquisa teve como objetivo central analisar a territorialidade Kaingang que se constitui através deste processo de retomada. Os Kaingang tiveram seus territórios ocupados, uma desterritorialização patrocinada pelo Estado, que promoveu a desarticulação dos vínculos territoriais e da territorialidade da maioria dos grupos. Mesmo assim, esse povo manteve os pontos fundamentais da sua cosmologia e buscou reelaborar os novos elementos trazidos pelo colonizador. A pesquisa teve um caráter qualitativo e participativo junto aos Kaingang. Por esse motivo, as atividades foram realizadas através de trabalhos de campo, com posterior sistematização em gabinete. A organização dos resultados foi realizada através da técnica de pesquisa conhecida como análise de conteúdo, com três etapas básicas: pré-análise, códigos e categorização dos dados e análise e interpretação das categorias. A pesquisa mostra que a demarcação de terras indígenas, mesmo seguindo uma visão territorial restritiva do colonizador, foi um processo assimilado de forma consciente pelos povos originários, uma estratégia para restabelecer, fortalecer e construir vínculos territoriais, em que novas territorialidades surgem em torno da retomada dos territórios originários.