“Eu não coleciono borboletas”: o itinerário científico do jesuíta Pio Buck (1883-1972) e o Museu Anchieta de Ciências Naturais (Porto Alegre/RS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silveira, Luisa Menezes da
Orientador(a): Possamai, Zita Rosane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255359
Resumo: A pesquisa objetiva traçar uma biografia do naturalista jesuíta Pio Buck (1883-1972), perquirindo o seu itinerário pessoal, desde a sua formação educacional na Europa até sua trajetória científica em terras brasileiras. Esta última, foi empreendida em boa medida no seio do museu escolar que fundou no ano de 1908, no Colégio Anchieta de Porto Alegre, o Museu Anchieta de Ciências Naturais, uma das primeiras instituições museais do Rio Grande do Sul. Ao longo de sua carreira de mais de cinco décadas, Pio Buck tornou-se renomado entomólogo especializado no estudo dos besouros (Coleoptera), podendo ser considerado um dentre os pioneiros na investigação dos insetos no sul do Brasil. Tinha atuação autodidata, sendo subsidiado por livros, publicações científicas e pelas informações recebidas por meio da rede de comunicação que conformou com seus pares. Em levantamento realizado em suas missivas, constatamos que, em decorrência de sua atividade científica, o naturalista se correspondeu com mais de 200 indivíduos de instituições nacionais e estrangeiras, como, por exemplo, Frei Thomaz Borgmeier, do Museu Nacional (Brasil); Hermann Luederwaldt, do Museu Paulista (Brasil); Ângelo Moreira da Costa Lima, do Instituto Oswaldo Cruz (Brasil); Wolfgang Bücherl, do Instituto Butantan (Brasil); Jan Bechynè, da Universidade Central da Venezuela (Venezuela); Francisco Monrós, do Instituto Miguel Lillo (Argentina); Pe. Erich Wasmann, do Colégio Máximo Santo Inácio (Holanda); Stephan von Breuning, do Museu Nacional de História Natural de Paris (França); dentre outros pesquisadores, inserindo o Museu Anchieta de Ciências Naturais no movimento internacional dos museus. A coleção entomológica constituída pelo naturalista conta com aproximadamente 120.000 exemplares, de modo que se deixou como legado um dos maiores acervos de insetos representativos da região sul do país, o qual é mobilizado para pesquisas científicas até os dias atuais. Ademais, seu trabalho resultou no descobrimento de grande número de espécies novas, muitas das quais batizadas com epítetos em sua homenagem, originando eponímias. Apesar da relevância de Pio Buck no cenário nacional no campo dos museus e das ciências, verifica-se que o naturalista continua invisibilizado pela historiografia, visto que se encontram poucos relatos no âmbito acadêmico, quando não a total inexistência, de seu itinerário científico. O corpus deste trabalho foi composto por elementos textuais, materiais e visuais pertencentes aos acervos do Pe. Pio Buck, do Museu Anchieta de Ciências Naturais e do Memorial do Colégio Anchieta, os quais se encontram fisicamente situados na cidade de Porto Alegre, bem como do Arquivo Romano da Sociedade de Jesus, disponibilizados em sítio eletrônico.