Processos de subjetivação e formação em psicologia : uma problematização das trajetórias de formandos face às transformações do mundo do trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Silveira, Sílvia Maria
Orientador(a): Nardi, Henrique Caetano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/8273
Resumo: Este estudo trata dos processos de subjetivação de três grupos diversos de formandos de Psicologia, partindo da constatação de que o neoliberalismo vem fazendo com que haja um aumento da vulnerabilidade social, a partir do conceito de Castel, para indivíduos com terceiro grau completo, no que se incluem, evidentemente, os egressos dos cursos de Psicologia. Neste contexto acontece a emergência de um tipo de sujeito que sofre pela distância entre o ideal profissional (projeto identificatório) construído a partir de condições que não são mais vigentes e a realidade do mercado de trabalho que a eles se oferece e cuja dor se mostra diferente conforme a inserção social do estudante e as ênfases dadas nos diferentes cursos. Fundamentado metodologicamente na abordagem biográfica segundo os aportes de Cabanes e Bertaux, no aspecto teórico a discussão procura estabelecer o diálogo interdisciplinar a partir de conceitos oriundos da psicanálise, em sua vertente crítica, e do pensamento de Michel Foucault e de Robert Castel. O desenvolvimento do trabalho ocorre, portanto, dentro de uma permanente tensão epistemológica pelo esforço da criar um distanciamento crítico da filosofia do sujeito (recentrado após Freud e seu inconsciente, pela leitura de grupos hegemônicos de psicanalistas), através de uma ótica (des)disciplinarizada encontrada na abordagem foucaultiana , expressa na Arqueologia do saber e na noção de processos de subjetivação. Na discussão enfatiza-se a manutenção do ideal da clínica visto como um lugar de prestígio, apesar da ocorrência de trabalho aviltado neste terreno, assim como se ressalta a força individualizante do dispositivo “psi”. Este se apresenta como heterogêneo, a partir de seu acoplamento com determinados aspectos da formação acadêmica (dispositivo de pesquisa, dispositivo de clínica), com tratamentos psicoterápicos e analíticos e, principalmente, com a inserção social (dispositivo de ascensão social ou de manutenção do status quo) dos estudantes.