Modos de subjetivação e processos participativos nos movimentos sociais: reflexões a partir da psicologia social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Boaretto, Roberta Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-22012018-103019/
Resumo: Esta tese teve como temática a subjetividade de participantes de movimentos sociais. O objetivo da pesquisa configurou-se em um longo trajeto, traduzindo-se como identificar e refletir aspectos que compõem processos associativos e desagregadores nas relações estabelecidas entre participantes dos movimentos sociais de saúde mental no Brasil, em especial aqueles que se articulam em torno dos princípios da Luta Antimanicomial. Nesse sentido, configura-se como um estudo exploratório. Inicialmente foi aprofundada a discussão sobre o que se considera direita e esquerda no Brasil, questão relacionada a um campo de disputas político-ideológicas e, com isso, foi definido o tipo de movimento social que seria necessário pesquisar para melhor compreensão dos processos de subjetivação e de associação e desagregação. O método usado é denatureza dialética. A partir da identificação de uma variedade de significados usados para descrever um mesmo termo, foi necessário aprofundar conceitos como participação e cidadania, entre outros. Para fundamentar a questão da subjetividade foi utilizadaa teoria psicológica de Enrique Pichon-Rivière. Rivière. Como resultado da pesquisa foi necessário abordar a questão da ideologia e como esta interfere nos processos de subjetivação. Nesse caso, foram usados os referenciais de Marx e Pichon-Rivière. No campo da psicologia social, Pichon-Rivière, dentre outros autores, propõe uma atitude analítica e científica que faça frente à consciência ingênua e à valorização do cotidiano como autoevidente e inquestionável, pois está relacionado a um sistema social de representações ou ideologias que encobre e distorce o cotidiano, que o mistifica enquanto oculta sua essência segundo interesses dos setores hegemônicos da sociedade. O encobrimento ocorre por um mecanismo característico de naturalização do social pela ideologia dominante e, nesse sentido, se faz necessário o estudo das leis que regem a configuração do sujeito. sentido, se faz necessário o estudo das leis que regem a configuração do sujeito. Os sujeitos desta pesquisa são participantes de movimentos de saúde mental, profissionais, usuários e familiares de usuários. De acordo com essas entrevistas observou-se que o incômodo com situações vivenciadas pelos próprios entrevistados os levou a buscar alternativas para a realidade em que estavam, encontrando no Movimento da Luta Antimanicomial um espaço que permitiu reconfigurar suas experiências. As reflexões trazidas aqui têm como intuito oferecer indicativos a serem considerados na compreensão de processos de subjetivação e participação em movimentos sociais de saúde mental. O referencial teórico de Pichon-Rivière permitiu sugerir o estabelecimento de um paralelo entre as noções de tarefa e pré-tarefa com a dinâmica associação/desagregação no movimento, abordada pelos sujeitos nas entrevistas. A trajetória do movimento não se configurou como uma linearidade ascendente ou descendente, mas pode ser compreendida no movimento em espiral tal como proposto por Pichon-Rivière. Os sujeitos em questão inventaram-se e reinventaram-se num determinado contexto e estrutura social e, sendo assim, não é possível afirmar que os resultados encontrados nesta pesquisa sejamos mesmos a serem encontrados para todos os movimentos sociais e seus participantes. No entanto, a associação/desagregação, desde que considerada em sua dimensão dialética, pode se configurar como uma chave para compreensão sobre os modos de subjetivação dos sujeitos em suas práticas participativas em outros movimentos sociais