O uso de substâncias psicoativas antes ou durante o sexo e suas implicações na saúde sexual de mulheres transexuais e travestis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Martins, Rafael Steffens
Orientador(a): Knauth, Daniela Riva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/282762
Resumo: Introdução: Mulheres trans e travestis (TWT) apresentam alta prevalência de uso de substâncias psicoativas em comparação à população geral, resultando em diversos desfechos negativos para a saúde. Esse uso pode ocorrer de forma geral ou em contextos específicos, como antes ou durante o sexo, incluindo em práticas de chemsex, que têm sido amplamente estudadas em populações de homens que fazem sexo com homens. Objetivo: Investigar o uso de maconha, crack e cocaína antes ou durante o sexo entre mulheres trans e travestis no Brasil. Métodos: Foi realizada uma revisão da literatura sobre o tema e dois artigos foram elaborados com base nos dados do estudo TransOdara (2019-2021), que utilizou amostragem Respondent-Driven Sampling (RDS) em cinco regiões do Brasil. A amostra final do estudo incluiu 1.317 TWT, que responderam a um questionário contendo perguntas sociodemográficas, experiências de violência e uso de substâncias psicoativas. Análises descritivas e regressões de Poisson foram aplicadas para avaliar a associação entre o uso de substâncias antes ou durante o sexo e o uso inconsistente de preservativos, além de histórico de abuso ou tentativa de abuso sexual. Resultados: O uso de cocaína (RPa: 1,39; IC95% 1,15 – 1,67) e crack (RPa: 1,42; IC 95% 1,03 – 1,94) antes ou durante o sexo esteve associado a uma maior prevalência de uso inconsistente de preservativo entre parceiros casuais. Além disso, o uso de substâncias antes ou durante o sexo foi mais prevalente entre as participantes que relataram histórico de abuso sexual (RPa: 1,18; IC95% 1,02 - 1,36) e sexo comercial (RPa: 2,00; IC95% 1,58 - 2,52). Conclusão: Os achados ressaltam a necessidade de ações integradas em saúde e direitos humanos, além de estratégias personalizadas de redução de danos que considerem o contexto do uso de substâncias psicoativas.