Esquemas iniciais desadaptativos em transgêneros com transtorno por uso de substâncias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Petry, Milene Corrêa
Orientador(a): Narvaez, Joana Corrêa de Magalhães
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/216964
Resumo: Introdução: O uso de álcool e outras drogas pelos transgêneros é um assunto ainda pouco explorado, apesar de sua relevância. Rocha, Pereira e Dias (2013) indicam que 85% das pessoas trans usam álcool e 36% referem usar drogas por, pelo menos, um ano ininterruptamente. Esses dados apontam para a necessidade de atendimento especializado e que contemple as diferentes necessidades das pessoas transgêneras (Miyamoto, 2013). No que se refere ao tratamento para problemas relacionados ao uso de substâncias, a Terapia dos Esquemas tem ganhado bastante espaço no entendimento da complexidade relacionada aos Transtornos por Uso de Substâncias (TUS), sobretudo nas características de personalidade associadas. Diferenças nos Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) entre os gêneros podem interferir nas estratégias de enfrentamento utilizadas pelos sujeitos. Pondera-se que o entendimento dos EIDs em transgêneros poderia fornecer subsídios para uma compreensão ampliada dos pacientes, contribuindo para o desenvolvimento de propostas de tratamentos mais especificamente direcionadas conforme suas demandas emocionais. Objetivo: Identificar e analisar os EIDs em 2 transgêneros femininos e 1 transgênero masculino, usuários de álcool e outras drogas. Método: Estudo de múltiplos casos, em que se aplicou: a) Questionário Sociodemográfico visando descrever características demográficas e questões sociais relacionadas ao gênero; b) e Inventário de Esquemas de Young - Versão Reduzida (YSQ-S3). Foi utilizada a Análise de Conteúdo Temática das questões pontuadas com escore 5 ou 6 no YSQ-S3. Resultados: A composição esquemática dos participantes é bastante distinta, apesar de todos apresentarem os mesmos diagnósticos psiquiátricos (TUS e Personalidade Borderline). O único EID comum aos transgêneros deste estudo foi o Abandono. Foi possível observar que as mulheres transgêneras apresentaram maiores ativações nos esquemas dos dois primeiros domínios - Desconexão e Rejeição e Autonomia e Limites Prejudicados, o que indica que as primeiras experiências, incluído abuso sexual, foram determinantes para a estruturação de personalidade e TUS. Além disso, o uso de substâncias mostrou ser uma estratégia compensatória para o alívio de sentimentos negativos associados às ativações esquemáticas. Considerações Finais: A formação esquemática parece estar mais relacionada à identidade de gênero do que à designação biológica do gênero. O entendimento da função do uso de substâncias por transgêneros, a partir dos esquemas, pode colaborar para a adequação de programas de tratamento que atendam às necessidades específicas desta população.