Disforia de gênero e comportamento sexual nos distúrbios do desenvolvimento sexual (DDS) : um estudo descritivo de pacientes do setor de urologia cirurgia pediátrica do HCPA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Bridi Filho, Cesar Augusto
Orientador(a): Lobato, Maria Inês Rodrigues
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/281956
Resumo: Os Distúrbios do Desenvolvimento Sexual (DSD) referem-se a um grupo heterogêneo de condições congênitas, no qual o desenvolvimento cromossômico, gonadal e o sexo anatômico são atípicos. O diagnóstico, em geral, é feito ao nascimento ou na infância e ações intervencionistas são necessárias em muitos casos. As repercussões na vida adulta, mais especificamente no campo da sexualidade, contudo, ainda não foram amplamente estudadas. Essa tese mostra dados resultantes de uma pesquisa que buscou identificar em um grupo de indivíduos com DSD (DSDXX, DSDXY, DSD Cromossômico), que estiveram em acompanhamento nos setores de cirurgia pediátrica e urologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), no período de 2000 a 2019 e das consequências dessa condição na vida sexual após a puberdade. A amostra composta por 16 participantes (7 DSDXY, 4 DSDXX e 5 DSD Cromossômico), com idades entre 16 e 50 anos, sendo a maioria solteiros, com ensino médio completo ou a concluir, moradores do estado do Rio Grande do Sul. Os resultados descritos fazem parte de uma ampla pesquisa que envolve dez protocolos para avaliação global dos pacientes. Entre as categorias descritas no estudo estão: Disforia de Gênero e orientação sexual; Procedimentos cirúrgicos e sua relação com a vida sexual; Aspectos da vida sexual (masturbação, ato sexual, número de relações sexuais, tamanho do pênis); Satisfação nas etapas da relação sexual (autoconfiança, desejo sexual, satisfação para si e para a/o parceira/o, média de idade para a primeira relação sexual). A análise de dados evidencia a presença de um caso de Disforia de Gênero; uma única relação sexual para os que já tiveram experiência sexual com penetração; tamanho do pênis abaixo da média da população geral; presença de atividade masturbatória na maioria dos participantes. A presença de atração sexual e masturbação indicam desejo sexual. O grupo apresenta início tardio da vida sexual (quase três anos após a média nacional). Uma característica recorrente nesse grupo, é que, mesmo já tendo realizado um ato sexual com penetração, não há uma continuidade na vida sexual. Essa tese foi construída na busca do conhecimento da população DDS atendida no HCPA, do reconhecimento dos efeitos das intervenções ao longo do acompanhamento clínico/cirúrgico e das repercussões na vida cotidiana, mais especificamente, no comportamento sexual advindo dessas vivências singulares. De caráter descritivo, os resultados apresentam uma direção para a compreensão da extensão do trabalho desenvolvido por várias equipes e servirá para aprimorar as perspectivas interventivas e de acolhimento desta população.