Diagnóstico psicodinâmico operacionalizado (OPD-II) : aplicação e avaliação do uso em pacientes com transtornos mentais graves submetidos à psicoterapia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rebouças, Cinthia Danielle Araújo Vasconcelos
Orientador(a): Rocha, Neusa Sica da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/267512
Resumo: Introdução: No intuito de expandir a classificação descritiva de sintomas das perturbações mentais, trazendo consistência empírica a modelos psicodinâmicos/psicanalíticos de diagnóstico nosológico foi formulado o “Operacionalized Psychodynamic Diagnosis” (OPD), instrumento multiaxial que possibilita abarcar a complexidade e a inter-relação de condições e fatores que determinam os fenômenos e as patologias mentais do ponto de vista psicodinâmico. Composto por quatro eixos psicodinâmicos: experiência da doença e pré-requisitos para o tratamento (Eixo I); relações interpessoais (Eixo II); conflito (Eixo III); estrutura (Eixo IV) e um eixo descritivo: transtornos mentais e psicossomáticas (Eixo V), estando em sua segunda versão (OPD-2). Objetivo: Este estudo se propõe a aplicar e avaliar o uso do OPD-2 em uma amostra brasileira de pacientes com transtorno mental grave acompanhados em psicoterapia em hospital terciário de referência do Sistema Único de Saúde (SUS). Metodologia: Estudo naturalístico longitudinal com pacientes em atendimento nos ambulatórios de psicoterapia deste hospital, nas modalidades psicoterápicas de Psicoterapia de Orientação Analítica (POA), Terapia Interpessoal (TIP) e Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Para esta amostra adotou-se como medidas de desfecho dois momentos de avaliação (baseline e 6 meses), analisando de validades de critério e preditiva. Na intensão de avaliar o índice de concordância e fidedignidade entre diferentes avaliadores, adotou-se o delineamento de estudo naturalístico transversal com pacientes que estiveram em atendimento nos ambulatórios de triagem para psicoterapia deste mesmo hospital, ou seja, que não tivessem iniciado acompanhamento psicoterápico e adotando como medida de desfecho a pontuação de 4 avaliadores distintos baseados em entrevista única. Resultados: Uma amostra de 80 participantes foi avaliada. Observou-se correlação significativa entre redução de sintomas avaliado pelo OPD-2 e os domínios psicológico (r=0.339; p=0.010), social (r=0.350; p=0.008) e ambiental (r=0.265; p=0.048) WHOQOL-BREF; e também de itens que avaliaram conflito de necessidade de cuidado versus autossuficiência (r = 0.314; p = 0.019), conflito de identidade (r = 0.308; p = 0.024) e WHOQOL-BREF. Verificou-se correlação significativa entre todos os itens que avaliam as condições estruturais da personalidade e o índice de psicoticismo da SCL- 11 90R. Em relação à fidedignidade dos itens que compõem o Eixo IV, obteve-se um Alfa de Cronbach de α=0.922. Em relação às análises de validade de critério preditiva, observou-se diferença das médias na avaliação estrutural de pacientes com histórico de tentativa de suicídio (̅= 22.2; ±4.4; t=2.487; gl=56; p= 0.016) e história prévia de internação (̅=22.4; ±4.1; t= −2.337; gl=59; p=0.023 ). Acerca do nível de concordância do OPD-2 entre avaliadores os valores de kappa não identificaram concordância inter-avaliador representativos. Conclusões: Os resultados deste estudo demonstraram que a avaliação realizada pelo OPD-2 acompanha os resultados de instrumentos autoaplicáveis já validados. O OPD-2 quando administrado por avaliadores preparados e treinados para o preenchimento preconizado pelo manual o OPD-2 mostrou boa qualidade de avaliar os conflitos e as questões estruturais dos sujeitos. Os resultados obtidos sugerem que a versão brasileira do OPD-2 tem boa condição de avaliar propriedades psicodinâmicas, podendo ser um instrumento útil dentro dos contextos clínico e em pesquisa.