Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Favaretto, Taís Cristina |
Orientador(a): |
Freitas, Lucia Helena Machado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/258626
|
Resumo: |
Introdução: O desenvolvimento de sintomas e o diagnóstico de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) tem sido evidenciado de forma elevada na população exposta a eventos traumáticos produzindo sentimentos intensos de medo, ansiedade e angústia. Tais sintomas acabam por afetar consideravelmente o funcionamento global dos sujeitos, o que torna a compreensão do transtorno e como manifesta-se, frente a organização psíquica daqueles que sofrem bem como, formas de intervenções precoces e eficazes, fundamentais. De tal modo, o Diagnóstico Operacionalizado Psicodinâmico 2 (OPD-2) destaca-se como um instrumento diferencial no diagnóstico psicodinâmico avaliativo, de planejamento e acompanhamento terapêutico. Objetivo: Investigar as características do funcionamento psicodinâmico em pacientes com TEPT, sob uma perspectiva dimensional operacionalizada, identificando associações com mecanismos e estilos defensivos, bem como avaliando possíveis alterações após três meses de tratamento. Método: Artigo1: Estudo de caso único de paciente com TEPT-Complexo; Artigo 2: análise qualitativa e transversal cujo foco foi a análise de conteúdo de entrevistas; Artigo 3: Estudo exploratório, quantitativo e transversal; Artigo 4: Estudo exploratório, quantitativo e transversal; Artigo 5: Estudo exploratório, quantitativo e comparativo. Os estudos basearam-se na amostra de 60 participantes vítimas de violência sexual, física, emocional, urbana e perda trágica de um familiar com proximidade afetiva, com idade média de 39.05 anos (DP=14.41). Foram incluídos participantes de 18 a 60 anos que procuraram atendimentos e foram diagnosticados com TEPT e TEPT-Complexo em um serviço especializado de tratamento do trauma durante os anos de 2019 e 2020. Utilizou-se a Entrevista Clínica do Diagnóstico Psicodinâmico Operacionalizado (OPD-2), gravadas e transcritas. Essas entrevistas foram codificadas e analisadas por dois juízes independentes e com treinamento específico no instrumento. Também foi utilizado a Entrevista clínica para avaliação do TEPT- CAPS-5, o Defensive Style Questionnaire (DSQ-40) e o Self-Report Questionnaire (SRQ-20). Resultados: Artigo 1: Observa-se traumas no desenvolvimento e dificuldades em regular o estresse diante de traumas na vida adulta, causando intenso sofrimento subjetivo, dependência, outros transtornos mentais, isolamento e uso de defesas mais rígidas. Após tratamento ocorre uma leve diminuição dos sintomas, com mudança no Conflito e Estrutura psíquica. Artigo 2: Identificou-se que traumas precoces geram organizações psíquicas com maior desintegração. O evento traumático índice desestabiliza a organização psíquica e intensifica os sintomas. As relações eram marcadas pela dependência e isolamento. Os participantes com TEPT-Complexo apresentaram tendência à desintegração relacionada à regulação da relação objetal e o Conflito psíquico era de Individuação x Dependência, com falhas mais primitivas nas representações objetais, necessidade existencial do outro e descarga direta de impulsos. Os participantes com TEPT apresentaram nível Estrutural de moderado a baixo de integração objetal e o Conflito foi Necessidade de cuidado x Autossuficiência, com autorrepresentações frágeis e com capacidade reduzida de gerenciar impulsos. Artigo 3: Levantou-se que o nível de Estrutura da personalidade foi médio a baixo, com Conflito Necessidade de cuidado x Autossuficiência, relacionamento interpessoal permeado por dependência-isolamento e presença de outros transtornos mentais. Pacientes com estruturas de personalidade mais integradas tiveram melhor funcionamento global, melhor qualidade de vida e menos sintomas. A escolaridade mostrou-se um possível fator protetor. Artigo 4: Avaliou-se Funcionamento Global moderado, com significativo sofrimento subjetivo e isolamento. O principal Conflito foi Necessidade de cuidado x Autossuficiência e o nível de Estrutura Total foi moderado/baixo. Observou-se o uso de estilos defensivos imaturos, neuróticos e maduros. Estruturas de personalidade mais primitivas, defesas mais rígidas e maior dependência foram encontradas em pacientes com história de trauma passado. Outros transtornos mentais foram associados. Artigo 5: História pregressa de traumas e doenças psiquiátricas. Abandono terapêutico de cerca de 50% em três meses. Houve diminuição significativa dos sintomas quando comparados Tempo 0 e Tempo 1. Estrutura, com nível moderado de integração, Conflito Necessidade de cuidado x Autossuficiência e Relações Interpessoais baseadas na necessidade de cuidado/isolamento, mantiveram-se nos dois tempos. Uso variado de Mecanismos Defensivos em nível maduro, neurótico e imaturo. Conclusão: Este estudo fornece evidências empíricas sobre características psicodinâmicas de pacientes com TEPT e TEPT-Complexo. O OPD-2 demosntrou-se um instrumento capaz de avaliar especificidades na organização psíquica dos participantes e desenvolvimento dos transtornos. A compreensão de padrões internalizados, funções estruturais e forma com que se estabelecem as relações interpessoais são fundamentais para o direcionamento do tratamento visando o desenvolvimento de modos de enfrentamento mais adaptativos e melhorando a qualidade de vida. |