Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Leonardo |
Orientador(a): |
Rocha, Neusa Sica da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/237393
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Resumo: |
Resiliência é um conceito multidisciplinar derivado da física ligado a propriedade elástica de alguns materiais de recuperar sua forma após sofrer uma deformação. No campo da Psiquiatria e Psicologia consideramos resiliência psicológica como o processo dinâmico e multidimensional de um ser um humano lidar com uma adversidade e apresentar um desfecho favorável após a cessação dessa. Há cerca de quatro décadas a resiliência psicológica vem sendo estudada com diversos avanços, porém ainda com controvérsias quanto ao seu conceito e aplicação. Objetivo desta tese de doutorado visa estudar a resiliência em diferentes contextos: uma amostra de pacientes com Transtorno Mental Grave (TMG) em psicoterapia e numa população comunitária no início da pandemia por COVID-19. No primeiro estudo, 83 pacientes em psicoterapia, considerados com TMG pelo perfil de alta taxa de uso de psicofármacos, internações e tentativas de suicídio prévias, foram avaliados quanto a fatores sociodemográficos, resiliência (CDRISC), estressores (LEQ), suporte social (MOS), personalidade (PID-5), mecanismos de defesa (DSQ-40), qualidade de vida (WHOQOL-BREF), sintomatologia depressiva (BDI) e ansiosa (BAI). A resiliência média da amostra foi considerada baixa, compatível com o perfil de TMG. Após uma análise de correlação de Pearson foi realizada uma análise multivariada backwards com os fatores significativos da primeira etapa que mostrou uma associação significativamente positiva entre resiliência e mecanismos de defesa maduros (B = 2.55, p = 0.021) e com o traço de personalidade do antagonismo (B = 7.67, p = 0.006). Houve associação significativamente negativa com sintomas depressivos (B = -0.5, p = 0.004) e traço de afetividade negativa (B = -12.1, p <0.001). A análise de mediação mostrou que este efeito foi significativo para os sintomas depressivos (b = -7.32, BCa Cl 95% [-12.6, -3.07]) e que esta variável mediou 46% da relação entre afetividade negativa e resiliência. Concluímos, falando sobre a importância dos fatores de personalidade e mecanismos de defesa representando variáveis de traço em pacientes com TMG e dos sintomas depressivos como variável estado. Estes fatores impactaram mais que os demais na resiliência psicológica, como suporte social e nível de estressores, devendo ser foco de investigação para as intervenções em psicoterapia. No segundo estudo, foi conduzido um questionário online usando a técnica de recrutamento de snowball com amostra comunitária no período de 14 a 23 de abril de 2020, no início do impacto da pandemia por COVID-19 no Brasil. Foram avaliados fatores sociodemográficos, resiliência (CDRISC-10), suporte social (mMOS-SS), sintomas depressivos (PHQ-9), espiritualidade (WHOQOL-SRPB BREF) e qualidade de vida (EUROHIS-Qol). A amostra foi dividida em três grupos etários: adultos jovens (18-35 anos), de meia-idade (36-59 anos) e adultos mais velhos (>60 anos) para investigar os preditores em análise univariada. A análise multivariada revelou que o modelo final foi responsável por 34,3% da variância da resiliência, correspondendo a um tamanho de efeito moderado. Resiliência estava significativamente e positivamente associada a espiritualidade (β = 0.28; p < 0.001) e qualidade de vida (β = 0.23; p < 0.001). E negativamente associada ao diagnóstico de depressão (β = -0.18; p < 0.001). Os três preditores apresentaram efeito de mediação estatisticamente significativo entre faixa etária e resiliência. Concluímos que em populações comunitárias o grau de resiliência sofre influência de fatores de proteção como idade madura, espiritualidade e qualidade de vida e que o diagnóstico de depressão representa um fator de risco. |