Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Santos, Vanessa Brzoskowski dos |
Orientador(a): |
Olchik, Maira Rozenfeld |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/288327
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Resumo: |
Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa progressiva que se caracteriza pela degeneração dos neurônios dopaminérgicos na substância nigra, responsável pelo controle motor. Entre os sintomas da DP, a disartria hipocinética é frequentemente observada, comprometendo a capacidade de fala desses indivíduos. No entanto, apesar de sua prevalência, a literatura sobre as variações no padrão de fala nos diferentes subtipos da DP ainda é limitada. Objetivos: Este trabalho propõe, inicialmente, um estudo transversal para comparar medidas de fala relacionadas à articulação e fonação entre os subtipos motores da DP (tremor dominante, não tremor dominante e misto) e controles saudáveis. Em um segundo momento, é realizado um estudo longitudinal com pacientes dos subtipos tremor dominante e não tremor dominante, visando avaliar a progressão ou manutenção das alterações de fala previamente identificadas. Métodos: Estudo Transversal: Foram incluídos 115 indivíduos diagnosticados com DP, classificados conforme o subtipo da doença: 61 indivíduos com tremor dominante, 39 com não tremor dominante e 15 com subtipo misto, de acordo com a escala Movement Disorder Society - Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (MDS-UPDRS). Também participaram 15 indivíduos saudáveis, pareados por idade e sexo. Estudo Longitudinal: Foram incluídos 60 indivíduos com DP, conforme o subtipo da doença: 42 indivíduos com tremor dominante e 18 com não tremor dominante, ao longo de três anos. A classificação do subtipo também seguiu a escala Movement Disorder Society - Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (MDS-UPDRS). Critérios de Exclusão: História de eventos neurológicos prévios, distúrbios sensoriais ou motores, doenças sistêmicas, alterações estruturais que afetassem a voz e/ou fala, perda auditiva grave e/ou diagnóstico de demência. Coleta de Dados: Dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos a partir dos prontuários eletrônicos dos participantes. A coleta de fala foi realizada por meio da gravação das seguintes tarefas: vogal /a/ sustentada, diadococinesia (/pataka/) e monólogo (60 segundos). 7 Análise: Estas tarefas foram avaliadas por meio da análise perceptivo-auditiva e da análise acústica. Resultados: No estudo transversal observou-se: diferenças significativas entre o grupo controle e os subtipos tremor dominante e não tremor dominante na vogal sustentada: shimmer, jitter, desvio padrão da frequência fundamental e tempo máximo de fonação; na diadococinesia e no monólogo, o subtipo não tremor dominante apresentou menor tempo de produção e, consequentemente, menor número de sílabas quando comparado ao grupo controle; e o subtipo misto não diferiu do grupo controle, apresentando desempenho semelhante em todas as tarefas. No estudo longitudinal verificou-se: nenhuma interação temporal em relação às variáveis articulatórias foi observada dentro dos subtipos tremor e não tremor; efeito de interação entre os subtipos foi observado nas variáveis de diadococinesia [número de sílabas (p<0,001), tempo de fonação (p<0,001), taxa de articulação (p=0,002) e duração média da sílaba (ASD) (p=0,028)]. Conclusão: Existem variações notáveis nas características de fala entre os subtipos motores da Doença de Parkinson. O subtipo não tremor dominante apresentou maior comprometimento nas tarefas de fala em relação aos demais subtipos e essas diferenças mantem-se ao longo do tempo. Ademais, a tarefa de diadococinesia mostrou-se sensível para identificar diferenças entre os subtipos motores, representando uma ferramenta promissora para futuras avaliações e intervenções clínicas. |